Em comunicado, a Deco Proteste, uma das organizações integrantes da Euroconsumers, destaca que 10 dos 16 dispositivos ligados à internet testados através do projeto “Casa Vulnerável” apresentaram uma vulnerabilidade considerada “muito grave” ou “crítica”, num total de 54 falhas de segurança detetadas.
O projeto avaliou a segurança e a confidencialidade de 16 dispositivos inteligentes como campainhas, fechaduras, intercomunicadores para bebés, aspiradores robôs, ‘routers’, sistemas de alarme, robôs de cozinha, brinquedos sexuais, entre outros,
Segundo os testes, os dispositivos baratos de marcas desconhecidas, frequentemente encontrados em plataformas ‘online’, como a AliExpress ou a Amazon, apresentaram um risco acrescido de problemas de segurança.
“No entanto, os fabricantes mais conhecidos também não estão isentos de responsabilidades e os seus dispositivos também têm vulnerabilidades”, é referido.
A Deco Protesto realça na nota que é preciso melhorar a segurança digital dos equipamentos inteligentes, nomeadamente em termos de encriptação da comunicação, credenciais de segurança ou programação.
“Por exemplo, os ‘routers’ mais caros, como o TP-Link Archer AX73, são vendidos com passwords por defeito que são relativamente fáceis de piratear, possibilitando que ‘hackers’ se liguem à rede doméstica dos utilizadores”, refere a organização de defesa do consumidor.
A Deco Proteste salienta também que a Smart TV Samsung QE55Q60T, também alvo de teste, tem ‘apps’ que enviam dados sensíveis a terceiros, não cumprindo o direito à privacidade.
“A fechadura inteligente Raykube, à venda no AliExpress, pode ser ‘hackeada’ e aberta em minutos. Em certas circunstâncias, o intercomunicador para bebés Motorola Comfort Connect 85 pode ser controlado remotamente para reproduzir música, desligar o sensor de movimento ou reiniciar o dispositivo. Mais preocupante é o facto de um pirata informático conseguir enviar indicações de controlo para qualquer câmara Comfort Connect”, refere a Deco Protesto.
Tendo em conta os resultados da avaliação, a Deco Protesto diz que os fabricantes devem ser responsabilizados por estas falhas.
Pedro Mendes, especialista em equipamentos conectados, da Deco Proteste, citado na nota, afirma que para ter a confiança dos consumidores, os fabricantes devem fazer mais.
“A DECO PROTESTE está disposta a colaborar com os fabricantes para garantir que os dispositivos inteligentes são seguros antes de serem colocados no mercado. As plataformas de vendas online também devem assumir a sua responsabilidade, implementando medidas para detetar e retirar de venda os dispositivos com problemas de segurança”, sublinha.
A organização europeia Euroconsumers, formada por organizações de defesa dos consumidores, entre as quais a Deco Proteste, repetiu em quatro países europeus (Bélgica, Espanha, Portugal e Itália) o teste que já tinha sido realizado em 2018, com conclusões semelhantes.
C/Lusa