“Os resultados da primeira semana de inquirição (semana de 06 a 10 de abril), indicam que 82% das empresas se mantinham em produção ou em funcionamento, mesmo que parcialmente, 16% encontravam-se temporariamente encerradas, enquanto 2% assinalaram que tinham encerrado definitivamente”, sinaliza o relatório de acompanhamento do INE/BdP do impacto da pandemia Covid-19 nas empresas.
Em termos setoriais, o alojamento e restauração é o setor que apresenta um maior impacto decorrente da pandemia, apresentando a percentagem mais elevada de empresas encerradas temporariamente (55%) e definitivamente (7%).
Destaque ainda para os setores do comércio e outros serviços, ambos com 2% de empresas encerradas definitivamente.
Segundo os dados disponibilizados, 37% das empresas reportaram uma redução superior a 50% do volume de negócios na semana de 06 a 10 de abril, 37% das empresas reportaram reduções no volume de negócios entre 10% e 50% e as empresas temporariamente encerradas reportam maioritariamente reduções superiores a 75%.
As micro empresas e as empresas do setor do alojamento e restauração foram as que referiram mais frequentemente reduções superiores a 75% do volume de negócios.
No encerramento definitivo, as restrições no contexto do estado de emergência e a ausência de encomendas/clientes foram motivos apontados como tendo muito impacto pela quase totalidade das empresas, assinala o documento.
No que se refere ao pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar, 61% das empresas referem uma redução em resultado da pandemia, enquanto 38% referiu não ter havido impacto.
Segundo o inquérito, a proporção das empresas que reporta uma redução aumenta com a dimensão da empresa e por setor, observam-se as maiores percentagens de empresas com reduções no pessoal ao serviço no alojamento e restauração e nos transportes e armazenagem.
Uma percentagem significativa de empresas já recorreu ao ‘lay-off’ simplificado, de acordo com os dados do BdP/INE.
Relativamente a outras medidas de apoio público recentemente implementadas, “apenas uma percentagem muito pequena das empresas já beneficiou destas medidas, mas existe uma percentagem mais elevada que pretende beneficiar”.
No entanto, acrescenta, “uma parcela significativa das empresas não prevê recorrer a cada uma das medidas consideradas individualmente (excluindo o ‘layo-ff’ simplificado)”.
Quase 50% das empresas afirma não ter condições de liquidez para se manter em atividade por mais de dois meses sem medidas adicionais de apoio à liquidez e cerca de 12% das empresas recorreram a crédito adicional na semana anterior, sendo esta percentagem superior nas empresas de micro dimensão e inferior nas grandes (18% e 6%, respetivamente).
A maioria dos novos créditos foi contraída em condições semelhantes às anteriormente praticadas e a intenção de manter os preços é referida por 90% das empresas, enquanto 7% reportaram que estes deverão diminuir, percentagem que atinge mais do dobro no alojamento e restauração.
Nesta nota informativa, o INE e o BdP divulgam os principais resultados do Inquérito Rápido e Excecional às Empresas – Covid-19, dirigido a um conjunto alargado de empresas de micro, pequena, média e grande dimensão, representativas dos diversos setores de atividade económica.
Este inquérito tem como objetivo identificar alguns dos principais efeitos da pandemia Covid-19 na atividade das empresas.
Baseia-se num questionário de resposta rápida sobre o volume de negócios, o número de trabalhadores, a utilização de instrumentos de apoio públicos, as disponibilidades de liquidez, o recurso ao crédito e os preços praticados.
O inquérito manter-se-á ativo enquanto se justificar e terá desejavelmente uma frequência semanal, refere.
Na semana passada, o inquérito foi dirigido a "um conjunto alargado de empresas de micro, pequena, média e grande dimensão representativas dos diversos setores de atividade económica", sendo a amostra de 8.883 empresas, tendo sido obtidas 4.793 respostas válidas, o que representa uma taxa de resposta global de 54%.