Desde o início do ano, a Coreia do Norte realizou mais de uma dezena de ensaios, nomeadamente o lançamento de um míssil balístico intercontinental (ICBM) de longo alcance, pela primeira vez desde 2017.
No passado fim de semana, a Coreia do Norte testou também um sistema de armamento destinado a aumentar a eficácia deste tipo de armas nucleares.
Sung Kim, emissário da Administração dos Estados Unidos para a Coreia do Norte chegou hoje a Seul, para uma visita de cinco dias, onde já se reuniu com o homólogo sul-coreano, Noh Kyu-duk.
Os dois responsáveis já condenaram, de forma conjunta, "a recente escalada dos atos de Pyongyang" tendo registado o lançamento de pelo menos três mísseis ICBM.
"Concordamos na necessidade de uma forte resposta face ao comportamento de destabilização por parte da República Popular e Democrática da Coreia (RPDC)", disse Sung Kim aos jornalistas.
"Discutimos também a forma de responder aos próximos atos da RPDC, nomeadamente um eventual ensaio nuclear", acrescentou.
O enviado especial norte-americano reiterou a posição de Washington sobre as propostas de novos encontros com representantes de Pyongyang.
"(Os Estados Unidos) não fecharam a porta à diplomacia", declarou, apelando a que Pyongyang siga a via diplomática.
"Devo referir que nós não temos qualquer intenção de hostilidade contra a RPDC", disse.
Pyongyang tem rejeitado as propostas de negociação, acusando Washington de manter "políticas de hostilidade".
A visita do diplomata dos Estados Unidos ocorre no momento em que Seul e Washington iniciam os exercícios militares anuais e que se devem prolongar durante nove dias.
Estas manobras conjuntas, que suscitam sempre a oposição de Pyongyang, foram reduzidas nos últimos anos pelo presidente coreano Moon Jae-in, numa tentativa de fazer prevalecer "uma política de diálogo" com a Coreia do Norte.
"Este exercício é um treino defensivo e que utiliza simulações informáticas e que não é verdadeiramente uma manobra militar", disse no domingo o Estado-Maior da Coreia do Sul.
Os Estados Unidos mantêm 28.500 soldados estacionados na Coreia do Sul.
Pyongyang chegou a suspender os ensaios de mísseis de longo curso na altura em que decorreram contactos entre o líder norte-coreano Kim Jong Un e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2019.
Os contactos ao mais alto nível não voltaram a realizar-se.