“Registou-se neste período de pandemia um aumento de 50% de queixas ou denúncias”, disse Rosa Monteiro na apresentação do Plano de Prevenção de Manifestação de Discriminação nas Forças de Segurança.
Segundo a secretária de Estado, em 2020 foram apresentadas na CICDR um total de 655 queixas por práticas discriminatórias ”em razão da origem racial e étnica, cor, nacionalidade, ascendência e território de origem”.
Rosa Monteiro salientou que este aumento de queixas tem sido uma tendência nos últimos sete anos, sendo “demonstrativa da maior literacia de direitos e também de uma maior confiança nesta comissão, cuja atuação foi reforçada em 2017”.
No entanto, sustentou, estes números “continuam a não ser representativos” e são “conhecidas as baixas taxas de denúncias”.
“Infelizmente são muitas as situações de discriminação que permanecem invisíveis”, afirmou.
Como exemplos, referiu a vizinha de uma cidadã chinesa que sempre que a ouvia a chegar ou a sair de casa lhe chamava ‘o vírus da china’, os anúncios de arrendamentos de casas só para portugueses, perseguições em supermercados de pessoas ciganas ou afrodescendentes, escaladas de discursos de ódios e de falsas notícias nas redes sociais contra pessoas ciganas e muitos registos de injúrias utilizando expressão ‘vai para a tua terra’.