A VI Gala Internacional de Etnografia e Folclore Manuel Ferreira Pio, realizar-se-á no dia 19 de Agosto de 2016, na Praça do Povo a partir das 21h15 e terá como tema: O Bordado Madeira na rota do Mundo.
Neste festival irão participar grupos de folclore da ilha da Madeira, de Portugal continental (Vila Real e Ribatejo), da Polónia e do Panamá.
Bordado Madeira na Rota do Mundo:
A ilha da Madeira foi descoberta no séc. XV e julga-se que os bordados começaram desde logo a ser produzidos pelas fidalgas, como necessidade de decoração das roupas do lar bem como do vestuário, e ainda por influência dos trabalhos conventuais.
Até meados do séc. XIX não existem referências à venda ou exportação de Bordado Madeira. O ano de 1850 é um marco para uma nova fase do Bordado Madeira, data em que este produto ganha um cariz comercial.
Durante o Séc. XIX as principais exportações destinam-se a Inglaterra e Alemanha. No século XX exporta-se Bordado Madeira para todo o mundo. Itália, Estados Unidos, América do Sul e a Austrália tornam-se mercados importantes. França, Singapura, Holanda, Brasil e outros países contribuíram também para a expansão do comércio e da notoriedade do Bordado Madeira.
Atualmente os maiores mercados de exportação são EUA, Itália e Inglaterra.
Reconhecidas internacionalmente, as peças de Bordado Madeira têm uma história e tradição ligadas ao segmento de luxo e muitas foram e são as mesas da aristocracia europeia cobertas com peças de Bordado Madeira.
Uma atividade fundamental na internacionalização e comercialização do Bordado Madeira foi a bombota. No linguajar madeirense, o “bambote” é uma pequena embarcação a remos que estava autorizada a aproximar-se das embarcações que aportavam ao Funchal e aí proceder à venda direta dos produtos regionais, onde se incluía as peças de Bordado Madeira. Na expressão popular, os homens que se dedicavam a esta atividade eram conhecidos como bamboteiros/bomboteiros, uma figura que está presente no quotidiano do porto e do movimento dos navios que o escalavam. Maria Lamas refere-a, em 1956, como “bombota”.