O respirar e caminhar como mecanismos vitais estão no centro da nova peça coreográfica de Sara Anjo, intitulada "Sacro – Efabulações em torno de mapas intensivos", cuja estreia decorrerá a 28 de fevereiro no Negócio – ZDB, em Lisboa.
De acordo com a programação do espaço, a peça, que será apresentada até 4 de março, às 21:30, volta a ser coproduzida com neste espaço, depois de “Em Forma de Árvore” (2016).
As questões fundamentais levantadas neste trabalho são o que move o ser humano, como se move e para onde, procurando uma resposta através de uma pesquisa que explora o mecanismo de caminhar e do movimento respiratório no corpo.
A partir do encontro destes cinco artistas cinco danças são propostas como forma de mapear o papel do osso sacro no movimento de caminhar e respirar.
"O sacro é um osso localizado no centro do corpo e com uma forma triangular invertida, que funde cinco vértebras sagradas e une o cóccix, o vestígio de uma cauda animal, ao cérebro, um mapa intensivo", de acordo com o texto da programação.
No processo de criação da peça, múltiplas improvisações foram desenvolvidas com base em exercícios e meditações relacionadas com o ato de caminhar e com explorações do sopro e da respiração como forma de torná-los ritmo, pulsação e melodia sonora, ainda segundo a ZDB.
Com coreografia de Sara Anjo, a criação e interpretação é de Flora Detraz, Madalena Palmeirim e Sara Anjo, sonoplastia de Artur Pispalhas e Madalena Palmeirim, música ao vivo de Madalena Palmeirim, desenho de luz de Artur Pispalhas, cenário de Daniel Melim, figurinos de Sara Anjo.
Sara Anjo, nascida no Funchal, em 1982, trabalha na área da dança sobretudo como bailarina e coreógrafa, explorando práticas meditativas e extáticas, sendo a caminhada uma das principais.
Desenvolve ainda o seu trabalho através mapas e partituras que registam as múltiplas direções e afetividades do corpo.
Fez formação em dança pela Academia de Dança Contemporânea, Estudos Artísticos pela Faculdade de Letras e Arte Contemporânea na Universidade Católica de Lisboa, e concluiu, em 2016, um mestrado em coreografia pela DasGraduate School, em Amesterdão.
Desenvolve o seu trabalho entre Lisboa, Berlim e Amesterdão, tendo criado, entre outros, "Ninguém Sabia Contar Aquela História", um espetáculo sobre o feminino (BoxNova CCB 2011), "Paisagens Líquidas", uma dança que viaja pelo Lavadouro Público de Carnide (Teatro do Silêncio 2012).
A criação teve apoio à residência, na ZDB, da Devir-Capa, Espaço do Tempo, Fórum Dança, Largo das Residências, e também foi apoiada pela Câmara Municipal de Lisboa, Instituto Camões, Grupo Dançando com a Diferença, Raiz di Polon, num projeto financiado pela Direção-Geral das Artes.
LUSA