"Um Portugal sem chamas depende também de todos nós", começou por dizer António Costa, apontando a necessidade de evitar comportamentos de risco e referindo como exemplo a utilização de máquinas agrícolas, "ferramentas que são muitas vezes instrumentos que desencadeiam as fagulhas das quais resultam muitos grandes incêndios".
O chefe do Governo falava em declarações à comunicação social, no final do briefing operacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, Oeiras, onde esteve com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.
"A melhor forma que temos de apoiar aqueles que estão no terreno, qualquer que seja a sua qualidade de agente da Proteção Civil, e os nossos bombeiros em particular, é cada um de nós evitar esses comportamentos de risco", sublinhou.
A participação na reunião da ANEPC, disse aos jornalistas, serviu para se inteirar também das medidas que já foram acionadas para fazer face ao perigo de incêndio, porque os próximos dias “vão ser difíceis”.
André Fernandes, comandante operacional da ANEPC, lembrou que as medidas consistem nomeadamente no reforço de meios em Bragança, Viseu, Castelo Branco e Algarve, que dois aviões estacionados em Ovar são colocados em Viseu, e referiu também que do total de torres de videovigilância duas estão em recuperação e ficam operacionais até ao fim de semana. E disse que está a ser feita uma análise à operacionalidade dos 12 drones comprados pelo Governo no ano passado, que já sofreram alguns acidentes.
Questionado pelos jornalistas, o primeiro-ministro disse também fazer uma avaliação positiva do programa “Aldeia Segura” (para preparar as populações para reagir perante um incêndio), que hoje foi criticado pelo investigador Xavier Viegas por estar “bastante parado”.
António Costa lembrou que o programa surgiu após os grandes incêndios de 2017, para preparar aldeias e territórios para prevenção e proteção de incêndios, e considerou-o “muito importante para assegurar a proteção de todos” e com um grande contributo, exemplificado no recente incêndio no Algarve.
A Proteção Civil colocou, na quarta-feira, cinco distritos do interior norte, centro e sul em alerta laranja no próximo fim de semana, entre 14 e 16 de agosto, devido ao risco de incêndio potenciado pelas condições meteorológicas previstas.
Os distritos da Guarda e Castelo Branco estão em alerta amarelo desde as 00:00 de hoje, e entram em alerta laranja às 00:00 de 14 de agosto, juntamente com Bragança, Portalegre e Faro, assim permanecendo até às 23:59 de dia 16.
A partir da meia-noite de 13 de agosto passam a estar em alerta amarelo os distritos de Beja, Bragança, Coimbra, Évora, Faro, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal, Vila Real e Viseu, uma situação que se prolonga até às 23:59 de 16 de agosto.
Segundo a informação da ANEPC, “devido ao elevado risco de incêndio”, a Proteção Civil determinou um reforço de meios e um pré-posicionamento nas regiões do Algarve, Centro e Norte.
Na terça-feira, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) indicou que os valores da temperatura máxima em Portugal continental vão subir até ao próximo fim de semana, quando devem ultrapassar os 40 graus em algumas regiões do interior, esperando-se também ao longo da semana um agravamento do risco de incêndio.
Os valores de temperatura elevados devem manter-se até domingo esperando-se que as temperaturas comecem a descer na segunda-feira, dia 16, mas com grande parte do território ainda com valores de temperatura máxima acima dos 30 graus e as regiões do interior de Castelo Branco e do Alentejo com temperaturas máximas acima dos 36 graus.