O secretário regional da Educação da Madeira, Jorge Carvalho, disse ontem no Funchal, que 485 docentes se candidataram a escolas do continente, no âmbito do concurso nacional de professores, que ocorre de quatro em quatro anos.
O governante madeirense fez a revelação durante uma conferência de imprensa conjunta com o secretário de Estado da Educação, João Costa, que hoje terminou uma visita de trabalho à Região Autónoma da Madeira.
"Quando nós temos escolas em que mais de 90% do quadro docente são professores com vínculo, isso permite ultrapassar as eventuais saídas", disse Jorge Carvalho, vincando que "é expectável que possam sair alguns professores", embora o sistema responda de "forma positiva" a essas saídas.
O secretário regional sublinhou ainda que o número de candidatos representa apenas cerca de 7,5% do total de docentes – 6.500 – em funções na Madeira.
Por outro lado, o secretário de Estado da Educação realçou que os quadros das escolas da Região Autónoma estão "praticamente fechados" e o corpo docente é "estável", mas destacou que, sendo este um ano de concurso nacional, poderá haver "reconfiguração de equipas".
João Costa destacou, entretanto, a adesão de escolas da Madeira ao projeto nacional que visa dar mais autonomia aos estabelecimentos de ensino, através da criação de um currículo com iniciativas e formas de organização próprias.
"Eu lancei o desafio à região autónoma de acompanhar este projeto e vamos ter onze escolas a participar nesta fase piloto, que decorrerá ao longo deste ano", disse, sublinhando que as perspetivas de colaboração são "muito boas".
O secretário de Estado da Educação vincou, noutro âmbito, que os alunos socioeconomicamente mais desfavorecidos são, em termos do país, aqueles a que o sistema ainda não conseguiu chegar por completo.
"O sistema educativo português, nacional e regional, tem dado passos muito seguros e com resultados de que nos devemos todos orgulhar, mas há ainda uma percentagem vasta da população a que não conseguimos chegar, que são os que não têm um contexto socioeconómico favorável", disse, realçando que "isto deve-nos inquietar e deve-nos deixar afirmar que temos de fazer convergir esforços para chegar a estes".
LUSA