Em declarações aos jornalistas no final de uma reunião de urgência do Fórum Médico no Porto, Carlos Cortes mostrou-se preocupado com “o que pode vir a acontecer” nas próximas semanas nos hospitais portugueses e salientou que a solução passa por aceitar as propostas dos médicos.
“Percebemos que não é uma situação de hoje, deste ano, é uma situação que se tem vindo a agravar nos últimos anos e até nas últimas décadas, só que chegamos, neste momento, a um ponto de limite a uma linha vermelha que não podia ser ultrapassada e ela está a ser ultrapassada”, afirmou.
Para Carlos Cortes, “a saúde e a segurança dos portugueses estão, neste momento, nas mãos do Ministério da Saúde, as várias soluções que têm sido apresentadas pelos sindicatos, pela OM (…) está tudo nas mãos do Governo”.
“Neste momento o Governo, mais do que promessas, mais do que intenções, tem que intervir e concretizar, não é só declarar a sua paixão ao SNS, não é só termos intenções, queremos que o Governo concretize a defesa do SNS”, disse.
“É preciso concertar e implementar as soluções que os médicos têm apresentado ao Governo”, salientou.
Defendendo que “sem médicos não há SNS”, Carlos Cortes mostrou preocupação com os próximos tempos.
“Estou muito preocupado com o que pode vir a acontecer nas próximas semanas e, sobretudo, nos meses de novembro e dezembro em que nós sabemos que haverá uma maior pressão no SNS por força da descompensação das doenças crónicas, pelo aumento das doenças respiratórias”, disse.
O responsável apelou ainda ao Governo para que "em primeiro lugar chegue a um acordo com os sindicatos médicos que desde há vários meses têm feito pedidos insistentes para melhorar a condição de trabalho dos médicos”.
“Em segundo lugar, pedir ao Governo que respeite o compromisso que assumiu com a Ordem dos Médicos acerca do estatuto da Ordem dos Médicos. Queremos garantir que se mantêm as competências da OM nas áreas da qualidade da medicina, nas áreas de defesa dos cuidados de saúde para todos os portugueses e sobretudo na área da formação médica”, enumerou.
No Fórum Médico desta tarde estiveram reunidos representantes da Ordem dos Médicos, Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Federação Nacional dos Médicos, Sindicato Independente dos Médicos, Associação dos Médicos Portugueses da Indústria Farmacêutica, Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Federação Portuguesa das Sociedades Científicas Médicas, Associação Portuguesa dos Médicos de Carreira Hospitalar e Associação Nacional de Estudantes de Medicina, como observador convidado.
Lusa