Segundo os dados fornecidos à DREM pela Direção Regional do Trabalho e da Ação Inspetiva (DRTAI), em 2020, ocorreram 2 858 acidentes de trabalho na Região Autónoma da Madeira (RAM) – o valor mais baixo da série iniciada em 2000 – menos 24,4% (-920 acidentes) do que em 2019. Daqueles acidentes, há a registar 3 mortais, mais 1 que no ano anterior.
O setor da “Construção” concentra o maior número de acidentes (24,0% do total), seguido do sector do “Comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos”, com 16,5%. O sector “Alojamento, restauração e similares” foi o que registou em valor absoluto, a maior diminuição; menos 357 acidentes (-49,8% que em 2019). De referir que os acidentes neste sector ainda assim correspondem a 12,6% do total (3.º sector com maior número de acidentes).
Por sexo e grupos etários, observa-se que, em 2020, a maioria dos acidentes ocorreu com homens (75,4%) e nas pessoas entre 35 e 54 anos de idade (55,3%). Nos grupos profissionais os “Trabalhadores qualificados da construção e similares, exceto eletricista”, (621 acidentes; 21,7%) e “Trabalhadores dos resíduos e de outros serviços elementares” (303 acidentes; 10,6%) foram os que registaram maior número de sinistrados.
No que respeita ao tipo de local do acidente, 23,0% dos acidentes ocorreram em “Zona industrial” (658 acidentes) e 21,1% em “Estaleiro, construção, pedreira, mina a céu aberto” (604 acidentes). A causa da maioria dos acidentes foi o “Movimento do corpo sujeito a constrangimento físico” (32,7% do total de acidentes; 935).
Os principais acontecimentos geradores diretos da lesão dos sinistrados foram “Constrangimento físico do corpo, constrangimento psíquico” (30,9%; 883 acidentes) e “Esmagamento em movimento vertical ou horizontal sobre/contra objeto imóvel” (22,7%; 649 acidentes).
Quanto às consequências dos acidentes, constata-se que as “Deslocações, entorses e distensões” e as “Feridas e lesões superficiais” foram as lesões que mais se evidenciaram, cujo peso no total, em 2020, fixou-se em 42,4% e 41,7%, respetivamente. Mais de metade dos acidentes atingiram as “Extremidades superiores” ou as “Extremidades inferiores” (34,1% e 26,6%, pela mesma ordem).
Relativamente ao número de dias de ausência do trabalho, é de referir que 23,8% dos acidentes não mortais não implicaram qualquer ausência ao trabalho. Entre os restantes, destaca-se o intervalo de 7 a 13 dias de ausência para 16,5% do total de acidentes não mortais. O maior número de dias de trabalho perdidos por motivo de acidente de trabalho ocorreu no sector da “Construção” (27 285 dias, 28,7% do total de dias perdidos).