O Reino Unido precisará de um período de transição "limitado" entre a saída da União Europeia e a introdução de um novo acordo comercial bilateral para adaptar a sua economia ao ‘Brexit’, defenderam ontem dois ministros britânicos.
A mensagem é transmitida num texto conjunto dos ministros da Economia e do Comércio Internacional, Philip Hammond e Liam Fox, respetivamente, divulgado ontem no jornal Sunday Telegraph e onde insistem que a saída do país da UE é irreversível.
"Queremos que a nossa economia se mantenha forte e dinâmica durante este período de mudança. Isso significa que as empresas devem poder estar seguras de que não se encontrarão à ‘beira do precipício’ quando deixarmos a UE daqui a apenas 20 meses", escreveram Hammond e Fox.
"É por isso que pensamos que um período de transição limitado será importante para promover os nossos interesses e dar mais segurança às empresas", adiantaram, considerando, no entanto, que ele "não pode ser indefinido, não pode ser uma porta das traseiras para ficar na UE".
Hammond e Fox insistiram que Londres abandonará o mercado único e a união aduaneira logo que estejam concluídas as negociações com Bruxelas sobre o ‘Brexit’, o que está previsto para 29 de março de 2019. Seguir-se-ia a fase de transição "limitada".
O artigo de Hammond e Fox é interpretado como uma mostra de unidade do Governo britânico, depois de os dois ministros terem mantido posições diferentes, com o primeiro a preferir um ‘Brexit’ significativamente mais suave do que o segundo.
O Governo da primeira-ministra conservadora britânica, Theresa May, apresentará esta semana uma série de documentos com a posição do país a apresentar na próxima ronda de negociações sobre o ‘Brexit’ no final do mês.
As negociações sobre o ‘Brexit’ iniciaram-se em junho com três questões fundamentais: os direitos futuros dos cidadãos europeus que vivem no Reino Unido, o regulamento financeiro do divórcio e a questão da fronteira irlandesa.
Resolver a situação da fronteira entre a nação da Irlanda do Norte, que integra o Reino Unido, e a República da Irlanda é essencial para o futuro da economia da ilha e do processo de paz.
LUSA