“Temos que perceber o que é que se deve à própria Covid-19 ou o que é que se deve às consequências do tratamento e do internamento”, disse Graça Freitas na conferência de imprensa de atualização de informação relativa à infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a Covid-19.
Graça Freitas lembrou que a epidemia em Portugal começou no dia 02 de março, mas já tinha começado em dezembro na China e começam agora a surgir números e estudos relacionados com possíveis sequelas.
“Mas temos que distinguir aqui duas situações, nomeadamente as do foro neuromuscular e da questão relacionada com a perda de capacidade física e muscular, e de sequelas que ficam e que podem ter diretamente a ver com a doença, ainda não temos a certeza absoluta, ou podem ter a ver com o facto de alguns destes doentes terem tido internamentos prolongados, nomeadamente em unidades de cuidados intensivos”, adiantou.
A diretora-geral da Saúde explicou que as pessoas que ficam em cuidados intensivos, ventiladas e por períodos longos, independentemente da doença que deu origem a esse internamento, podem apresentar sequelas que podem ser reversíveis com a fisioterapia e tratamento e com a passagem do próprio tempo.
Sublinhou ainda que os médicos dos hospitais que têm internados estes doentes e que lhes deram alta acompanham a sua convalescença e vão monitorizando o aparecimento e o desaparecimento destas sequelas.
“Este é um trabalho normal e é também normal que exista neste momento casuística nos hospitais e estudos descritivos que dizem exatamente isso, quantas pessoas é que ficaram com sequelas e o que é que aconteceu se são permanentes ou se, entretanto, desapareceram”, rematou.
Portugal regista hoje 2.608 novos casos de infeção com o novo coronavírus, o valor diário mais elevado desde o início da pandemia de Covid-19, e 21 mortos, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).