Esta informação deu esperanças sobre a possibilidade de encontrar eventuais sobreviventes um mês depois das explosões, que causaram pelo menos 191 mortos, mais de 6.500 feridos e perto de 300.000 desalojados.
Mas, com o passar dos dias, a esperança desvaneceu-se.
“Não há mais nada", disse o diretor das operações da Defesa Civil libanesa, George Abou Moussa, em declarações à agência France Presse (AFP), quando questionado sobre se ainda existiam operações de busca no terreno.
“Não existiam nem sobreviventes, nem vítimas mortais” debaixo dos escombros, afirmou o representante.
A possibilidade de existirem ainda sobreviventes mobilizou uma opinião pública libanesa ferida e traumatizada com a tragédia de 04 de agosto, quando 2.750 toneladas de nitrato de amónio explodiram na zona do porto de Beirute, deixando um rasto de destruição na capital libanesa e provocando danos estimados em milhares de milhões de dólares.
"Não sabia que precisava tanto de um milagre. Deus, por favor, dê a Beirute o milagre que ela merece", escreveu o realizador libanês Selim Mourad na rede social Facebook na passada sexta-feira.
Sete pessoas continuam desaparecidas após as explosões, de acordo com o Exército libanês.
Na quinta-feira, o Exército divulgou ter descoberto mais de quatro toneladas de nitrato de amónio junto ao porto de Beirute.
Conforme indicaram então fontes militares, peritos do Exército foram chamados para realizar uma inspeção e acabaram por encontrar 4,35 toneladas deste perigoso fertilizante em quatro contentores armazenados numa zona próxima ao porto da capital libanesa.
Não foram revelados pormenores sobre a origem desta substância química ou sobre o respetivo proprietário.
Esta não foi a primeira descoberta deste tipo após as explosões de agosto.
Em 24 de agosto, o Exército libanês indicou que tinham sido detetados 79 contentores com material potencialmente perigoso, armazenados ilegalmente no porto de Beirute.
A pedido das autoridades libanesas, peritos franceses e elementos da polícia federal norte-americana (FBI) estão a participar na investigação às explosões de 04 de agosto.
Os resultados desta investigação ainda não foram divulgados.
Até agora, as autoridades detiveram um total de 25 pessoas, a maioria das quais são funcionários portuários e aduaneiros.
C/Lusa