O estudo internacional, que se realiza de cinco em cinco anos, avaliou em 2023, a literacia digital, a capacidade de utilizar computadores para investigar, criar e comunicar de modo a participar ativamente nas sociedades modernas, dos alunos que frequentavam o 8.º ano de escolaridade.
Analisou ainda as competências do pensamento computacional, no que se refere à capacidade de reconhecer e resolver aspetos e problemas computacionais.
Os alunos portugueses, com idades entre 13 e 14 anos, obtiveram uma pontuação média de 510 pontos em Literacia em Computadores e Informação (CIL), acima da média internacional (476 pontos), posicionando Portugal no 6.º lugar num total dos 31 países.
É possível verificar, segundo um comunicado do Ministério da Educação, Ciência e Inovação, “uma diferença estatística significativa” entre o género feminino que pontuou 514 pontos e o género masculino que alcançou 505 pontos.
O tipo de ensino é também um fator diferenciador. Os alunos que frequentam escolas privadas apresentam um melhor desempenho em CIL do que os alunos das escolas públicas, com uma diferença de 51 pontos.
Apesar de existir uma correlação baixa entre os resultados em CIL e o estatuto socioeconómico dos alunos, segundo o mesmo comunicado, a experiência na utilização de computadores e o número de computadores que os alunos tinham em casa teve influência nos resultados. Os alunos sem computador em casa pontuaram em média menos 80 pontos do que os alunos com três ou mais computadores (528 pontos).
No que diz respeito ao pensamento computacional (CT na sigla em inglês), os alunos portugueses, que obtiveram 484 pontos, não se diferenciam estatisticamente da média internacional (483 pontos). O que coloca Portugal na 12ª posição num total de 21 países que participaram neste domínio.
Relativamente ao CT, o género masculino superou o feminino com uma pontuação de 489 pontos, 11 pontos acima do valor médio feminino.
Novamente assiste-se a resultados bastante diferentes entre os alunos das escolas privadas (547 pontos) e os alunos das escolas públicas (475 pontos), uma diferença de 71 pontos.
Segundo os dados, existe uma correlação entre os resultados médios em CT e o estatuto socioeconómico dos alunos. O número de computadores em casa volta a ser um fator que influencia os resultados, os estudantes que indicam possuir três ou mais computadores pontuam mais 78 pontos relativamente aos alunos que não tem computador em casa (503 vs 425).
No âmbito das práticas de utilização das Tecnologias Informação e Comunicação (TIC), 57% dos alunos do 8.º ano utilizam computadores há mais de cinco anos, percentagem superior à média dos países participantes (51%).
Mais uma vez, as condições socioeconómicas dos estudantes, os anos de experiência de utilização de computadores e o acesso a computadores em casa acabam por ser determinantes nos resultados.
Sobre os conhecimentos adquiridos nas escolas, mais de 70% dos alunos portugueses referiram ter aprendido, pelo menos até um nível moderado, a organizar ficheiros e a editar o ‘layout’ e a formatação de documentos e apresentações, 65% a completar cálculos usando folhas de cálculo e 60% a criar programas de computador através de um editor de programação visual.
Por outro lado, menos de metade dos alunos portugueses (46%) referiu ter aprendido a escrever programas de computador, através de linguagem de programação.
Mais de 80% dos alunos portugueses reportaram ter aprendido na escola, pelo menos a um nível moderado, a avaliar se uma mensagem é uma fraude, a incluir referências precisas de fontes de internet e a avaliar a confiabilidade da informação na internet, e mais de 70% a utilizar a internet para procurar informação, a refinar pesquisas e a gerir as definições de privacidade em contas de internet e equipamentos TIC.
Participaram no estudo de 2023 cerca de 3.600 alunos portugueses e Portugal voltará a participar em 2028, segundo o o Ministério da Educação, Ciência e Inovação.
Lusa