“Vou suspender o meu mandato a partir do momento em que dê entrada na Assembleia Legislativa da Madeira o requerimento da candidatura do deputado José Manuel Rodrigues subscrita pelo PSD e CDS”, declarou o social-democrata Tranquada Gomes.
“Eu vou voltar à minha atividade privada como advogado”, acrescentou Tranquada Gomes à agência Lusa.
O dirigente do CDS/Madeira José Manuel Rodrigues já tinha manifestado a vontade de que “o CDS pudesse vir a ter duas secretarias regionais [no Governo Regional] e a presidência da Assembleia” da região, tendo o seu nome surgido como possível candidato.
A proposta de candidatura de José Manuel Rodrigues à presidência do principal órgão de governo próprio da Madeira tem de ser subscrita por cinco dos 47 deputados da Assembleia da Madeira e o CDS tem apenas três parlamentares, pelo que necessita do apoio de elementos de outras bancadas, nomeadamente, do PSD.
Este cenário deve cumprir-se na sexta-feira, no decorrer da Comissão Permanente do parlamento insular, sendo uma consequência do resultado das eleições regionais de 22 de setembro.
O PSD venceu as eleições legislativas, mas perdeu a maioria absoluta com que sempre governou a região autónoma, obtendo 56.449 votos e a eleição de 21 deputados, razão pela qual teve de se coligar com o CDS que apenas elegeu três deputados.
Tranquada Gomes, terceiro deputado eleito na lista do PSD/Madeira, exerceu o cargo de presidente do parlamento regional na última legislatura, sucedendo a Miguel Mendonça.
Confrontado em 04 de outubro com a possibilidade de o PSD apoiar uma candidatura do CDS à presidência do parlamento insular, o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, declarou: “Não confirmo, nem desminto, porque ainda não passámos a essa fase”.
Por seu turno, o líder do CDS/Madeira, Rui Barreto, anunciou que o partido teria duas secretarias no novo executivo madeirense e um lugar “de relevo” na Assembleia Legislativa.
Na terça-feira, dia da assinatura do acordo programático para a governação, subscrito pelos líderes do PSD e CDS, quando questionado sobre a sua intenção de se candidatar a presidente do parlamento regional, José Manuel Rodrigues, recusou as acusações de que teria usado de “chantagem” para vir a exercer o cargo.