Marcelo Rebelo de Sousa participou hoje na Universidade de Verão do PSD, uma iniciativa de formação de jovens quadros que decorre até domingo em Castelo de Vide (Portalegre), tendo aparecido de surpresa no local, quando estava prevista uma intervenção por videoconferência.
Num painel intitulado “As respostas do Presidente”, o chefe de Estado foi questionado sobre o que considera que correu pior ou melhor nos seus mandatos desde que foi eleito em 2016, considerando que acertou “em bastantes coisas”, mas também falhou noutras.
Sobre aquilo que pensa ter corrido melhor, o chefe de Estado disse ter tentado “fazer os impossíveis” para garantir a estabilidade política, apesar das três dissoluções da Assembleia da República que fez no seu segundo mandato.
“Isso foi o que correu melhor mesmo quando não correu bem, porque não se traduziu necessariamente em haver soluções governativas que durassem os dez anos”, afirmou, lembrando que conviveu com executivos do PS durante mais de oito anos e, até final do seu mandato, haverá outra solução liderada pelo PSD “por menos de dois anos”.
Ainda assim, Marcelo Rebelo de Sousa congratulou-se por, nas eleições posteriores às dissoluções, o povo ter dado “sempre razão” à decisão do Presidente com a sua votação nas urnas.
Quanto ao que correu pior, incluiu matérias como a capacidade de renovação do sistema político, da administração pública ou o distanciamento das pessoas em relação aos políticos, embora salientando que as responsabilidades foram partilhadas com “outros órgãos de soberania”
“Digamos que, para aquilo que eu tinha pensado e sonhado em alguns momentos, de facto aquilo que foi possível fazer ficou aquém do que eu tinha pensado e sonhado realizar”, disse, acrescentando que tal se acentuou num segundo mandato.
O chefe de Estado repetiu que tinha pensado fazer apenas um mandato, mas considerou “não podia dizer que não” à recandidatura em 2021 quando se vivia “a pior fase da pandemia da covid-19”.
“Ninguém compreenderia que o responsável saísse. Mas quando fiquei, fiquei com a certeza absoluta que o que iria suceder depois ia ser um fator cumulativo do desgaste do sistema”, assegurou.
Lusa