Em audição no parlamento, a governante disse que, até terça-feira, foram submetidas 160 mil candidaturas ao regime de pagamento único do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) e afirmou acreditar que, até final do prazo, dia 31, chegarão mais.
"Estamos em crer que é possível criar condições para que, até final do mês, os 186 mil que se candidataram no ano passado também apresentem as candidaturas", afirmou Maria do Céu Antunes, na comissão parlamentar de Agricultura.
A governante disse ainda que podia garantir que, apesar dos problemas no processo que levou a estender o período de candidaturas, os pagamentos serão feitos a partir de outubro.
Ainda na sua intervenção, a ministra admitiu que as coisas não têm corrido como deveriam, que o "plano estratégico é um instrumento difícil e que os agricultores têm dificuldade em perceber o que devem mobilizar para obterem um bom nível de apoio ao rendimento", mas que o Governo trabalha para no futuro evitar esses problemas e que está "ao lado dos agricultores, dos consumidores".
"Não estamos a fazer um exercício branqueamento, sabemos que as coisas não estão bem, há coisas que não correram bem", afirmou, acrescentando que, de futuro, quer tornar o "processo mais simples".
"Há coisas que têm de ser preparadas para o futuro", disse.
A audição de hoje foi requerida pelo PCP, a título urgente, sobre o processo de candidaturas ao regime de pagamento único do PEPAC.
Este processo tem motivado a críticas generalizadas das organizações representativas dos agricultores, tendo mesmo AJAP – Associação dos Jovens Agricultores de Portugal, CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal, CNA – Confederação Nacional da Agricultura e Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal manifestado, num comunicado conjunto, a sua profunda preocupação com o atual processo de candidaturas ao Pedido Único 2023.
Na audição de hoje, após as declarações da ministra, o deputado do PCP João Dias considerou que este processo revela o "desnorte do Governo" no apoio aos agricultores e disse que a grande complexidade e desorganização faz com que apenas "os grandes e muito grandes consigam" candidatar-se, penalizando os mais pequenos.
"A pequena agricultura é que sai mais a perder", afirmou o deputado comunista.
Lusa