"É óbvio que o Governo, quando é sempre chamado ao parlamento, está sempre disponível para esclarecer os senhores e senhoras deputados", disse o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, à agência Lusa quando questionado sobre os cancelamentos de voos na TAP e sobre o pedido do CDS-PP para ouvir o ministro sobre esta matéria.
No entanto, Pedro Marques sublinhou que esta questão é "de natureza operacional" e os esclarecimentos sobre os cancelamentos de voos da TAP "serão sempre da responsabilidade da comissão executiva da TAP".
Porém, "quando o Governo for chamado pelos deputados, há de estar informado pela comissão executiva da TAP".
O ministro realçou que "há várias companhias aéreas na Europa, neste momento, também com situações de cancelamento, desde logo porque houve greves noutros países e mau tempo que afetou uma quantidade de países e que também" afetou Portugal, em particular a Região Autónomo da Madeira, "onde houve uma série de cancelamentos".
Para Pedro Marques, esta é uma matéria "de natureza operacional que há de ser convenientemente esclarecida, como aliás tem sido esclarecida nos últimos dias pela comissão executiva da TAP".
Questionado pela agência Lusa sobre o que são "razões operacionais" (justificação dada pela TAP à rádio TSF para o cancelamento de quatro voos no domingo), Pedro Marques apontou novamente para a comissão executiva da TAP, alegando que esta "tem feito esclarecimentos repetidos sobre a matéria".
"O Estado não interfere em matérias de gestão operacional da TAP. Isso é abundantemente conhecido, relativamente ao processo de privatização e à posição que o Estado tem na empresa, que é uma posição de definição estratégica da empresa. É também claro que as competências de gestão operacional são da comissão executiva. Não faz nenhum sentido estar aqui a falar de voos cancelados", acrescentou o ministro.
A transportadora aérea TAP somou 44 cancelamentos de e para o aeroporto de Lisboa entre as 22:00 de sábado e as 13:00 de segunda-feira, segundo os registos na página da ANA-Aeroportos de Portugal.
Segundo a contabilidade feita pela Lusa, nas chegadas houve 26 cancelamentos para Lisboa, incluindo voos da Madeira, cidades europeias, brasileiras e de Moscovo e Dakar, enquanto as falhas nas partidas somam 18 ligações também para diversos locais do mundo.
A Lusa contactou a TAP e a Parpública para saber os motivos de tais cancelamentos, mas não obteve resposta.
O Estado português, através da Parpública, continua a ser o principal acionista da TAP (50%), estando o restante capital na posse do consórcio Atlantic Gateway, de Humberto Pedrosa e David Neeleman, que detém 45%, e dos trabalhadores (5%).
LUSA