A resolução teve os votos favoráveis do PSD/M, CDS-PP/M, PS/M, JPP/M, PTP/M e do deputando não inscrito Gil Canha, a abstenção do BE/M e os votos contra do PCP/M.
"A Assembleia Legislativa da Madeira reconhece a legitimidade da Assembleia Nacional e do seu Presidente Juan Guaidó e associa-se ao apelo para a urgente realização de eleições livres e democráticas, na Venezuela, reivindicando uma posição mais firme e determinada, por parte da comunidade internacional, na restauração da democracia e da liberdade na Venezuela", realça a resolução, defendida pelo deputado social-democrata, Adolfo Brazão.
"Esta Assembleia deve, de facto, apelar à comunidade internacional para o restabelecimento da democracia na Venezuela", disse o deputado, lembrando haver naquele país "uma comunidade portuguesa e lusodescendente de 400 mil pessoas".
Roberto Almada, deputado do BE, justificou a abstenção do seu partido porque, segundo destacou, "a mediação entre as partes em confronto é a solução e a opção por uma das partes apenas lança mais combustível numa fogueira que tem de ser apagada".
"Nem a Venezuela de Maduro vive em socialismo e liberdade, nem a alternativa protagonizada por Guaidó, Trump e Bolsonaro são solução", precisou, anunciando que, em sede de especialidade, o partido apresentará propostas de alteração ao projeto que, a serem aprovadas, poderão fazer com que o BE vote favoravelmente a proposta do PSD/M em votação final global.
Ricardo Lume, do PCP/M, reconheceu a "grave crise política, económica e social na Venezuela", mas acrescentou que a mesma "deve ser resolvida pelo povo venezuelano e não deve haver ingerências externas".
"Não é com sanções económicas e bloqueios que se resolve a situação e o caderno eleitoral deve ser decidido pelo povo e órgãos de soberania venezuelanos", observou.
José Manuel Rodrigues, do CDS-PP/M, considerou que o projeto de resolução devia unir todos os deputados na Assembleia Legislativa da Madeira e Vítor Freitas, do PS/M, lamentou também a "falta de consenso" e a predominância de "questões ideológicas" à liberdade de democracia na Venezuela.
O JPP/M, o PTP/M e o deputado não inscrito (ex-PND), Gil Canha, manifestaram também o seu apoio à proposta do PSD/M.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, de 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, 56 anos, chefe de Estado desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.
C/LUSA