O presidente do Governo da Madeira afirmou hoje ser necessário “encontrar uma solução técnica” para aplicar no regime de mobilidade aérea dos residentes do arquipélago que “evite as fraudes” e dispense os madeirenses de adiantarem o dinheiro das viagens.
“É necessário encontrar uma solução técnica que evite as fraudes e evite os madeirenses de adiantarem esse dinheiro”, disse Miguel Albuquerque aos jornalistas à margem da inauguração do novo jardim das Madalenas, na freguesia de Santo António.
O governante insular sublinhou que esta questão “tem de ser resolvida”, declarando: “Não me diga que tecnicamente é impossível de resolver”, porque esta é uma era em que existe um “manancial de tecnologia”.
“Estamos, neste momento, numa fase de negociação”, vincou o responsável madeirense, sustentando ser necessário “encontrar soluções” para este problema e mostrando estar convicto de que “vão ser encontradas”.
Na opinião de Miguel Albuquerque “é preciso aguardar”.
“Temos de nos sentar à mesa das negociações e desenvolver este assunto”, adiantou, considerando ser “fundamental neste momento salvaguardar os interesses da população residente na Madeira e dos madeirenses”.
O responsável madeirense referiu que o atual sistema de apoio à mobilidade aérea entre a Madeira e o território continental português “é bom”, salientando que “nunca um madeirense viajou tanto, nem viajou tão barato”, pois os residentes na região pagam 86 euros e os estudantes 65 pelas viagens, o que, no seu entender, é um “preço razoável”.
O governante apontou que o “problema” acontece nas “alturas de pico”, como nas alturas do Natal e Páscoa, em que as famílias têm de adiantar o valor das passagens, o que pode atingir entre 600 e 700 euros para as viagens dos filhos a estudar no exterior, existindo um teto máximo de 400 euros.
“Isso é uma retificação que tínhamos de fazer e tecnicamente há solução para tudo hoje”, destacou Miguel Albuquerque, insistindo ser necessário “encontrar uma solução” e “haver vontade política” para chegar a essa resolução.
Ainda rejeitou que exista recusa das companhias que asseguram a rota da região, nomeadamente a TAP e a Easyjet, nesta matéria, referindo que a “Easyjet tem um sistema para Canárias e outros destinos que é perfeitamente compatível com o que desejado para a Madeira”
“Estamos a trabalhar e já estamos a aguardar quase há um ano e meio para isto ficar resolvido”, disse, reafirmando que “estão a ser feitas todas as diligências no sentido de salvaguardar este princípio essencial”.
O governante observou ainda que o Estado ressarciu as companhias que operaram na rota da Madeira, só em 2016, em “24,4 milhões de euros, o que não é propriamente uma ninharia”.
“O que está em cima da mesa é apenas uma coisa: é conseguirmos ter um sistema de compra de passagens que não implique um ónus sobre as famílias madeirenses no adiantamento de determinadas verbas em alturas de pico”, concluiu.
Sobre o jardim hoje inaugurado, disse que representou um investimento na ordem dos 200 mil euros num terreno que era do Governo Regional com uma área de 13.750 metros quadrados, onde foram plantadas 200 árvores subtropicais, que foi transformado numa área recreativa, de lazer e desportiva numa freguesia onde “existe muita habitação coletiva”.
No interior deste espaço foi colocado um busto em homenagem ao médico William Clode, que presidiu, entre outras, à Conferência de São Vicente de Paulo, da paróquia de Santo António, uma organização vocacionada para os pobres e a caridade e fundador da Juventude Católica Antoniana.
LUSA