Em declarações à Lusa no final da reunião celebrada hoje em Caiena, o presidente do Governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, e o secretário regional para as Relações Externas dos Açores, Rui Battencourt, disseram também esperar que esse reconhecimento, vincado pelas presenças e declarações de Jean-Claude Juncker e Emmanuel Macron, tenham reflexos no quadro financeiro da UE pós-2020, considerando essencial que haja uma aposta forte na política de coesão.
Miguel Albuquerque considera que houve “uma inversão do discurso”, dado as RUP já não serem vistas como “as regiões pobres que estão sempre a precisar da União Europeia”, tendo passado a ser encaradas como “decisivas e fundamentais para a própria UE e afirmação geopolítica da UE no mundo”.
Segundo o presidente do Governo regional, aquilo que “começou a ser falado aquando da presidência da Madeira” da Conferência da RUP foi “agora interiorizada no próprio discurso de Macron”
“A projeção geopolítica da UE através das suas RUP é fundamental; já o é no presente e no futuro será muito mais. A Europa está presente de forma ativa no Atlântico, nas Caraíbas, no Índico, na América Central”, e isso dá não só uma dimensão geopolítica da maior grandeza à UE, como também lhe confere uma enorme biodiversidade e uma grande plataforma marítima”, apontou.
Rui Bettencourt também saudou os discursos de Macron e Juncker, ao reconhecerem “aquilo que as RUP têm defendido: dão uma dimensão mundial à Europa, tornando-a mais forte, mais interessante, economicamente mais apetecível e culturalmente mais rica”.
Segundo o secretário regional para as Relações Externas, este reconhecimento “dá ideia que vamos partir para uma nova estratégia, mais reforçados, e com um papel mais interessante a desempenhar no mundo”.
“Tudo isto dá-nos grande alento. Temos realmente esta visão que ficou muito mais forte agora e penso que demos um grande passo hoje, provavelmente histórico. A História o dirá”, afirmou.
LUSA