No relatório anual do mercado discográfico de 2023, hoje divulgado, a Audiogest destaca que, “num ano com resultados expressivos para a indústria musical, observou-se a consolidação dos serviços de ‘streaming’, que representam agora 73% do total das vendas de música em Portugal”.
Para aquela associação, “este crescimento não só sublinha a importância das plataformas de ‘streaming’ no consumo de música e na forma como o público acede e desfruta desta, como demonstra a adaptação eficaz da indústria às mesmas”.
A Audiogest salienta também que, no ano passado, 61% dos utilizadores das plataformas de ‘streaming’ acediam a estas através de subscrições pagas.
No ano passado, as vendas no mercado digital aumentaram 25%, em relação a 2022, passando de 21,6 milhões de euros para 27,1 milhões de euros.
No que ao mercado digital diz respeito, a grande maioria das receitas (98%, o que corresponde a cerca de 27 milhões de euros) provém do ‘streaming’.
Os restantes 2% das receitas do mercado digital (correspondentes a cerca de 569 mil euros) dizem respeito a ‘downloads’ no segmento ‘mobile’.
No ano passado, as vendas físicas “mantiveram-se estáveis”, com uma variação de -0,9%, passando de 8,9 milhões de euros em 2022 para 8,8 milhões de euros no ano passado.
Os discos de vinil representaram 70% das vendas físicas no ano passado (o que corresponde a seis milhões de euros).
De acordo com a Audiogest, “os artistas nacionais têm tido um impacto significativo no domínio das plataformas de partilha de música”.
O Top 10 das tabelas de ‘streaming’ do ano passado incluiu quatro temas portugeses: “Como tu”, de Bárbara Bandeira com Ivandro, “Chakras”, de Ivandro com Julinho KSD, “Casa”, dos D.A.M.A. com Buba Espinho, e “Lua”, de Ivandro.
No entanto, “o consumo de música nacional, está muito aquém da generalidade dos países”.
Além disso, refere a associação, “a crescente popularidade dos artistas nacionais não encontra, no entanto, paralelo no Top de Música transmitida na Rádio (ponderada em função da audiência)”.
“Espera-se, no entanto, que 2024 traga alterações nesta área, já que em setembro passado o Ministério da Cultura, face a reivindicações antigas do setor, voltou a fixar a cota mínima obrigatória de música portuguesa na programação dos serviços de programas de radiodifusão sonora em 30%. Esta medida é um grande incentivo aos músicos nacionais e será mais um contributo para a vitalidade do setor da produção de música em Portugal”, considera a Audiogest.
Lusa