Esta posição surge no seguimento de uma reunião com o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, na quarta-feira, na qual foi comunicado aos sindicatos que “a TAP vai proceder ao pagamento do valor correspondente ao subsídio de férias e às anuidades em atraso diretamente aos trabalhadores” da empresa de ‘handling’.
De acordo com o STTAMP e o STAMA, foi possível ainda alcançar o compromisso de “processamento por parte da TAP, com efeitos imediatos, dos subsídios de férias e seu pagamento a todos os trabalhadores, indo ao encontro do que havia ficado acordado na reunião anterior e que, por mera teimosia obtusa do senhor Alfredo Casimiro, não aconteceu antes”.
Ficou ainda acordada uma “garantia dada pela TAP da antecipação em alguns dias do pagamento à Groundforce da fatura sobre os serviços prestados em junho”, ainda que a fatura só vença em 31 de julho, comprometendo-se a companhia aérea a “transferir para a SPdH/Groundforce o valor da mesma, de modo a que fique assegurado o pagamento atempado da totalidade dos salários do mês de julho”.
Quanto ao futuro da empresa, a tutela transmitiu aos sindicatos que o Montepio é, neste momento, o detentor da participação da Groundforce que pertencia a Alfredo Casimiro e “está já a avaliar as propostas de potenciais interessados na aquisição do capital, tendo sido referido que, para a TAP, é condição imperativa que o parceiro seja uma empresa credível no ramo do ‘handling’ [assistência nos aeroportos], com licenças para a operação, válidas em território Europeu”.
“É nosso entendimento que o conjunto de soluções que nos foram apresentadas representam uma abordagem positiva dos vários aspetos da difícil situação em que a SPdH/Groundforce se encontra, com vista a que sejam resolvidos, pelo menos em parte, os problemas dos trabalhadores”, consideraram os representantes dos trabalhadores.
Os trabalhadores da Groundforce cumpriram dois dias de greve no fim de semana, convocada pelo Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), como protesto pela “situação de instabilidade insustentável, no que concerne ao pagamento pontual dos salários e outras componentes pecuniárias” que os trabalhadores da Groundforce enfrentam desde fevereiro de 2021.
A paralisação levou ao cancelamento de voos, sobretudo no aeroporto de Lisboa.
Os trabalhadores da Groundforce têm nova greve marcada para os dias 31 de julho, 01 e 02 de agosto.
Além desta greve, desde o dia 15 de julho que os trabalhadores da Groundforce estão também a cumprir uma greve às horas extraordinárias, que se prolonga até às 24:00 do dia 31 de outubro de 2021.
A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português.