"Há necessidades de haver apoios ao nível local e nacional para estas zonas [no centro das cidades], porque a reabilitação urbana não passa por o alojamento local, que é aquilo que nós assistimos, não só aqui, mas também no continente, em que todos os dias estão a fechar lojas centenárias", defendeu.
Jorge Pisco falava aos jornalistas na baixa do Funchal, após uma visita à zona comercial, onde constatou que a situação das microempresas "agravou-se", apesar de o setor empregar 61,2% dos trabalhadores da Região Autónoma da Madeira.
O dirigente disse, no entanto, que o problema é transversal ao país e alertou para o encerramento regular de lojas centenárias, dando como exemplo a Pastelaria Suíça ou a Casa da Sibéria, em Lisboa, cujo fecho já foi anunciado.
"Isto não é reabilitação urbana. São fundos imobiliários que compram quarteirões inteiros – aqui também está a acontecer um bocado isso – que depois acabam por despejar os comerciantes desses espaços", afirmou, vincando que têm de ser criadas formas de trazer as pessoas para as ruas.
No Funchal, Jorge Pisco constatou que houve um "conjunto enorme" de lojas que fecharam por "falta de apoio e de dinâmica municipal e governamental", à imagem do resto do país, pelo que defende o fim do Pagamento Especial por Conta, um imposto que consiste no adiantamento ao Estado do IRC.
"O Pagamento Especial por Conta é um pagamento injusto, uma tributação que agrava os problemas dos microempresários e que esperamos possa vir a ser alterado pelo Governo da República em janeiro de 2019", sublinhou.
Segundo os dados da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas, na Região Autónoma da Madeira existem 23.508 microempresas, das quais 11.486 estão sediadas no Funchal.
LUSA