Uma peça “extremamente pessimista”, em que há uma “destruição iminente” e que “levanta muitas interrogações sem pretender dar solução alguma”, acrescentou.
“Hotel Paraíso” passa-se num lugar que não se define. Tanto pode ser uma suíte de hotel como outra coisa. Do local sabe-se apenas que é um mistério e que é habitado por pessoas que estão sempre em conflitos internos uns com os outros e que também estão sempre a ficcionar.
O medo em relação ao que se passa no exterior é algo que atravessa todas as personagens, assim como a impossibilidade de avançarem.
Um monte de areia à direita do palco, como se viesse de uma ampulheta que se tivesse partido – e como se o tempo se tivesse derramado -, que ficou parado naquele lugar, marca o cenário da peça ao longo da qual se interroga se o tempo, “enquanto bem mais precioso”, pode ser comprado, vendido ou se pode entrar no mercado.
“E o que é isto de tempo?” é outra das interrogações deixadas na peça, em que as personagens também enfrentam a apatia.
A peça do coletivo SillySeason, dirigido por Cátia Tomé, Ivo Saraiva e Silva e Ricardo Teixeira, fica em cena no Funchal até dia 28, com sessões às 21:00.
Seguem-se apresentações no Teatro Estúdio Ildefonso Valério, em Alverca, Vila Franca de Xira, a 03 e 04 de dezembro, no Clube Estefânia, em Lisboa, de 16 a 19 de dezembro, e no Teatro das Figuras, em Faro, em 12 de março de 2022.
Com texto e direção de Cátia Tomé, Ivo Saraiva e Silva e Ricardo Teixeira, o espetáculo conta com interpretação dos próprios e de Ana Moreira, Paula Erra, Rafael Carvalho e Vítor Silva Costa.
Com uma componente vídeo muito forte, assinada por João Cristóvão Leitão, a peça tem música de Ricardo Remédio, direção coreográfica de Rodrigo Teixeira, iluminação de Zeca Camacho e figurinos de Inês Ariana.