O júri do concurso decidiu distinguir a obra desta escritora de 67 anos, natural de Lisboa, considerando “a coerência na diversidade deste livro de contos, género em que a autora se tem destacado ao longo de 40 anos de vida literária, bem como a constante procura da forma adequada que Luísa Costa Gomes persegue em cada conto”.
“No domínio da escrita, o trabalho da autora persiste com rigor constante", destacou o júri, constituído por Ana Maria Pereirinha, Carlos Quiroga, Carlos Vaz Marques, Isabel Lucas e Isabel Pires de Lima, salientado ainda "o contundente uso da ironia, na escrita de Luísa Costa Gomes”.
Esta foi a primeira vez que o principal prémio dos encontros Correntes d’Escritas foi atribuído a um livro de contos.
Luísa Costa Gomes, que nasceu em Lisboa, em 1954, licenciou-se em Filosofia, foi professora do Ensino Secundário, dirigiu a revista Ficções, dedicada à divulgação de contos, e, além de ser autora de romances, contos, crónicas, faz tradução literária, nomeadamente para teatro.
O seu primeiro romance, "O Pequeno Mundo", ganhou, em 1988, o Prémio D. Diniz da Casa de Mateus enquanto a obra "Olhos Verdes" venceu, em 1995, o Prémio Máxima de Literatura.
Com "Contos Outra Vez" conquistou, em 1997, o Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores.
O seu romance "Ilusão (ou o que quiserem)" recebeu, em 2010, o Prémio Literário Fernando Namora/Estoril Sol, “pela inovação e ágil registo estilístico”, como referiu em ata o júri, e o Prémio de Ficção do PEN Clube, ex-aequo com Dulce Maria Cardoso.
Com "Cláudio e Constantino", de 2014, venceu o Grande Prémio de Literatura dst e, com "Florinhas de Soror Nada, a Vida de Uma Não-Santa", de 2018, o Prémio de Novela e Romance Urbano Tavares Rodrigues.
O Prémio Literário Casino da Póvoa 2022, no valor de 20 mil euros, deverá ser entregue a Luísa Costa Gomes no sábado, no último dia do encontro literário, que junta mais de 60 autores de expressão ibérica.
Hoje foram ainda anunciados os vencedores dos restantes prémios do encontro.
O prémio literário Correntes d’Escritas/Papelaria Locus foi atribuído a Maria de Almeida, pela obra "Quem nasce para cinco nunca chegará a dez", enquanto o Prémio Luís Sepúlveda (Porto Editora), que distingue o conto infantil ilustrado, foi entregue aos alunos da Escola Básica José Manuel Durão Barroso, de Armamar, com o trabalho “As Histórias do Jardim".
Destaque ainda para o Prémio Literário Fundação Dr. Luís Rainha, para textos que tenham como temática o concelho da Póvoa de Varzim, que este ano foi atribuído a Fábio Casanova pelo trabalho “Um gato sentado à janela”.
Lusa