"O nosso propósito é produzir um produto para que os diplomatas da Venezuela e da América Latina tenham acesso a uma informação de qualidade, baseada nos acontecimentos mais importantes do mundo e da Venezuela", explicou Dylan Pereira.
A estudar Engenharia Química, o lusodescendente explicou que há quatro anos teve contacto com o mundo diplomático local e que a periodicidade da revista é trimestral, e estão associados com a Associação de Jornalistas Ibero-americanos, o que lhes permite distribuir a revista na República Dominicana e na cidade de Miami, Estados Unidos.
Por outro lado, explicou que na Venezuela há uma centena de embaixadas e que esse é o objetivo principal, mas que estão também "centrados" em universidades como a Universidade Católica Andrés Bello e a Universidade Metropolitana, com as quais dizem ter excelentes relações.
A ideia, segundo o irmão, Kevin Pereira, nasceu por ser "um projeto que nunca tinha sido realizado na Venezuela". O processo preparatório, disse, foi longo, um ano e meio" e foi necessário contactar pessoas com conhecimentos em edição, grafismo. Também a seleção de temas e reunir os colaboradores e escritores de temas especializados.
A revista Diplomacia tem 80 páginas é dirigida pelo ex-diplomata venezuelano Júlio César Pineda, que atualmente se desempenha como analista internacional na televisão privada local, professor universidade e presidente-fundador do Instituto Superior de Estudos Internacionais e Diplomáticos de Caracas.
No que respeita aos temas da primeira edição, o destaque foi para a ascensão ao poder do Presidente Emmanuel Macron, em França, "que já tem a revista, conhece o projeto e ficou agradecido".
Também o processo de paz na Colômbia, a economia internacional com base na chegada ao poder do Presidente Donald Trump, e a importância e vigor da União Europeia.
Na próxima edição, segundo Dylon Pereira, o destaque vai para os portugueses no país, na secção comunidade e a recente visita a Caracas do ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
"Também a atual visita do Papa Francisco à América Latina, porque a sua presença tem uma transcendência particularmente importante, uma vez que 2018 será um ano em que haverá eleições em vários países da América Latina, e em que decorrem vários processos de diálogo, inclusive na Venezuela", disse.
Na elaboração da revista trabalham 20 pessoas e foi criada a página www.revistadiplomacia.com.ve.
A iniciar estudos também em engenharia Kevin Pereira fez questão de referir que a revista é uma prova de que há lusodescendentes que continuam a acreditar no futuro da Venezuela, apesar da crise político-económica local.
"Há muitos portugueses que não querem abandonar o país, e que lutam pelo desenvolvimento da Venezuela. Nós ficamos cá (não vamos embora), fizemos novos projetos, e acreditamos que as crises e as dificuldades são ferramentas para progredir e inovar", concluiu.
LUSA