“A este renovado gesto que nos honra a todos não podia deixar de deixar de me associar, como Presidente da República Portuguesa, reconhecido, em nome de todos os portugueses”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, durante a cerimónia de entrega do Prémio Pessoa, na Culturgest, em Lisboa.
O chefe de Estado considerou que, dado o significado nacional do Prémio Pessoa, aquele era “o momento adequado para, depois de entregue o prémio, lhe entregar também as insígnias da grã-cruz da Ordem Militar da Ordem de Santiago d’Espada”.
Tolentino Mendonça já tinha sido condecorado, em 2001, com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique e, em 2015, com o grau de comendador da Ordem de Santiago d’Espada, que se destina a distinguir o mérito literário, científico e artístico.
“Merece obviamente ser grã-cruz, e não é por excesso, é por defeito, em nome de Portugal”, defendeu Marcelo Rebelo de Sousa.
Na sua intervenção nesta cerimónia, o chefe de Estado descreveu Tolentino Mendonça como uma das atuais “personalidades eminentemente empáticas” do catolicismo, “um homem de diálogo”, que contribui para “equilibrar as tensões que marcam a experiência contemporânea”, e “um dos poetas maiores da sua geração e do Portugal contemporâneo”.
Marcelo Rebelo de Sousa considerou que, “de todas as figuras que gozam hoje de um alargado reconhecimento na sociedade portuguesa”, Tolentino Mendonça “é uma das mais necessárias”, e realçou como, “não sendo um político eleito ou uma estrela mediática, atingiu um outro patamar de notoriedade e relevância”.
O Presidente da República identificou como marca da sua obra “o princípio de um humanismo transfigurado, atento aos detalhes e aos enigmas da vida concreta de todos, mas mesmo todos, e entrevendo sempre a hipótese, o desejo ou a certeza do divino”, presente seja “nas crónicas como nas homilias, nos diálogos como nos discursos, nas entrevistas como nos ensaios bíblicos ou nas meditações”.
Segundo o chefe de Estado, “é isso que explica que tenha impressionado tantos que com ele se cruzaram ao longo dos anos, estudantes, alunos, paroquianos, homens e mulheres da cultura, o papa, os jurados do Prémio Pessoa”.
Em 2018, Tolentino Mendonça foi nomeado arquivista e bibliotecário da Santa Sé. Em 2019, foi elevado a cardeal.
Em 2020, Marcelo Rebelo de Sousa escolheu-o para presidir às comemorações do Dia de Portugal.
O Prémio Pessoa, no valor de 60 mil euros, é uma iniciativa do jornal Expresso com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos que visa reconhecer a atividade de portugueses com papel significativo na vida cultural e científica do país.