O 12.º Festival Internacional de Jazz Além Tejo abre na sexta-feira, em Santiago do Cacém (Setúbal), com uma série de cinco concertos e ‘after hours’ para atrair novos públicos, anunciaram hoje os promotores.
“O cartaz deste ano é dos mais equilibrados que já tivemos nas últimas edições e, apesar de já terem passado por este festival algumas das melhores formações de Portugal, sempre que possível internacionalizamos com projetos da América do Sul, Espanha, França e Itália”, explicou hoje à agência Lusa João Pereira da Silva, um dos elementos da organização.
O maior encontro de músicos de jazz do litoral alentejano, organizado pela associação Quadricultura, prevê várias propostas musicais do panorama nacional e internacional, entre elas o projeto ‘Alma Nuestra’, do cantor Salvador Sobral e do compositor cubano Victor Zamora.
“Há muitos fantasmas que acabam por se desvanecer relativamente aquilo que é o preconceito em relação à música jazz e esta programação insiste em divulgar alguns dos projetos que existem nesta área em Portugal, onde ainda se fazem coisas de muito boa qualidade”, acrescentou.
O festival, que decorre até ao dia 23 deste mês, nos palcos da Escola Secundária Padre António Macedo (ESPAM), em Vila Nova de Santo André, e no auditório municipal António Chainho (AMAC), em Santiago do Cacém, no litoral alentejano, dá a conhecer a música jazz ao público da região com “propostas muito diversas” dedicadas ao jazz e também ao blues.
“Ao fim de 12 edições ainda estamos à procura de público, porque o jazz é um género musical considerado um nicho e que ainda não entrou na grande programação musical do país, mas mantemos esta aposta no litoral alentejano e isso é importante", sublinhou.
A “aventura” que começou em 2005, com algumas interrupções, quer vencer o “preconceito” em relação a estes géneros musicais e, durante dois fins de semana consecutivos deste mês, “insiste em ganhar públicos” na região.
“O jazz tem estilos diferenciados, mas a nossa programação preocupa-se e baseia-se no ‘standard’ do jazz com temas mais conhecidos do público em geral para não trazer propostas de jazz muito avançadas e muito difíceis de ouvir”, reconheceu.
Como vem sendo hábito, os blues dão o pontapé de saída do festival, que abre na sexta-feira, às 22:00, com os sons do projeto ‘Delta Blues Riders’, no palco do AMAC, em Santiago do Cacém.
“O primeiro fim de semana começa com os blues e, desta vez, o desafio calhou aos ‘Delta Blues Riders’, uma banda do Porto, que, além de acompanhar músicos americanos de referência, vai representar Portugal, em abril, num concurso europeu de bandas que se realiza nos Açores”, adiantou.
No sábado, às 22:00, sobe ao palco da ESPAM, em Vila Nova de Santo André, o projeto ‘Mano a Mano’, liderado pelos irmãos Bruno e André Santos, que, além da guitarra, exploram a braguilha e o rajão, instrumentos tradicionais da ilha da Madeira.
No mesmo dia, às 23:00, no palco do AMAC, em Santiago do Cacém, atua o projeto SUMRRA, trio de jazz oriundo da Galiza (Espanha), que dá a conhecer o novo álbum ‘6 Mulleres’ numa homenagem à luta feminina.
O segundo fim de semana do festival leva ao auditório da Escola Secundária Padre António Macedo, em Vila Nova de Santo André, a partir das 22:00, as propostas do quarteto ‘MARB’ (dia 23), com clássicos do repertório de jazz, e ‘Alma Nuestra’ (dia 24), projeto que conta com Salvador Sobral, na voz, e os sons intemporais de Cuba.
Aos concertos seguem-se os encontros de jazz ‘after hours’, a partir das 23:00, em vários locais de Vila Nova de Santo André, com João Espadinha Trio (dia 16), Joana Rodrigues 4Teto (22) e Nazaré da Silva 4Teto (23).
Os bilhetes para assistir aos espetáculos custam 3€ (sócios) e 6 euros para não sócios.
C/ LUSA