Em comunicado, o centro esclarece que o estudo, publicado na revista científica ‘Brain Sciences’, visava “promover a melhoria das competências programáticas” de crianças com perturbações do espetro do autismo ou de linguagem.
Focada em crianças com dificuldade em “olhar nos olhos, pedir algo ou exprimir emoções”, a equipa de investigadores – coordenada por Marisa Lousada do CINTESIS@RISE e da Universidade de Aveiro – desenvolveu, validou e testou o novo programa, que “já está a ser aplicado em dezenas de jardins-de-infância” do país.
O programa tem por base um estudo experimental, realizado com 20 crianças, em idade pré-escolar, com perturbação do espetro do autismo, perturbação do desenvolvimento da linguagem e problemas de aprendizagem e de socialização.
As sessões decorreram em 16 jardins-de-infância do distrito de Aveiro, sendo que cada criança frequentou 24 sessões.
Para a criação de “uma intervenção personalizada”, os investigadores contaram com a ajuda das educadoras de infância, pais e encarregados de educação, bem como das outras crianças do jardim-de-infância que “foram envolvidas em algumas sessões”.
De acordo com o CINTESIS, os resultados do estudo mostraram uma “melhoria significativa em diferentes competências programática”, em particular ao nível da linguagem.
“Esta melhoria foi observada quer através da avaliação das crianças, quer através da opinião dos pais e das educadoras de infância”, acrescenta.
Citada no comunicado, a investigadora Marisa Lousada salienta que este “é o primeiro estudo experimental realizada com este problema no país”.
“Os terapeutas da fala podem utilizá-lo com outras crianças para uma prática clínica informada na evidencia científica”, acrescenta.
Para responder às solicitações de educadores de infância e terapeutas da fala, os investigadores fizeram uma “edição de autor”, estando a ferramenta – que inclui um manual com todas as atividades e um conjunto de 300 cartões em papel com ilustrações coloridas – disponível para os profissionais.
Além do CINTESIS@RISE e da Universidade de Aveiro, o estudo contou com a colaboração do Centro de Linguística da Universidade de Lisboa.
Lusa