Francisco visitou este centro, onde estudam jovens de várias nacionalidades e credos, e disse: "Olhando para vós, que não são da mesma religião e não têm medo de estar juntos, creio essa convivência de diferenças não seria possível. Eu não teria futuro!"
"Na massa do mundo, sois o bom fermento destinado a crescer, a superar tantas barreiras sociais e culturais e a promover elementos germinais de fraternidade e novidade. Jovens, sois vós que, como viajantes inquietos e ao inédito, não têm medo de se encarar, dialogar, fazer barulho e se misturar, tornando-se a base de uma sociedade amiga e solidária", disse Francisco.
O Papa aconselhou os cerca de 800 jovens, que se reuniram nesta escola, para “não trancarem a sua vida num cofre, pensando que é melhor não fazer nenhum esforço porque ainda não chegou a hora de gastá-lo”. Também numa altura em que "as tensões e ameaças aumentam, e por vezes surgem conflitos", pediu para "serem semeadores de fraternidade, porque o mundo só terá futuro na fraternidade"
"Vós, jovens, especialmente vós, diante da tendência dominante de permanecer indiferentes e intolerantes com os outros, a ponto de endossar guerras e conflitos, sois chamados a reagir com um novo sonho de fraternidade", reiterou.
"Antes das opiniões da internet, que bons conselheiros na vida, pessoas sábias e de confiança possam orientar-vos, ajudar-vos", como "pais e professores, mas também idosos, avós e um bom companheiro espiritual", disse.
"Queridos jovens, precisamos de vós, precisamos da vossa criatividade, dos vossos sonhos e da vossa coragem, simpatia e dos vossos sorrisos, de uma alegria contagiante e também daquela pitada de loucura que sabem trazer a cada situação, e que ajuda a sair do torpor da rotina e dos esquemas repetitivos em que por vezes categorizamos a vida", concluiu Francisco.
O Papa concluiu esta reunião, num dia em que celebrou missa pela manhã com 30.000 pessoas no estádio do Bahrein, uma assistência dominada por imigrantes da Índia e das Filipinas, presentes no reino islâmico, mas também da vizinha Arábia Saudita e Qatar.
O Papa conclui no domingo esta visita de quatro dias, com um encontro com os religiosos do país, na igreja do Sagrado Coração, a primeira a ser construída no país insular do Golfo Pérsico.