Rui Marques, presidente do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), falava aos jornalistas no ‘briefing’ diário, explicando terem sido registados, na Ponta dos Rosais, oito sismo na quarta-feira e um hoje.
Desde o início da crise sísmica na ilha de São Jorge que se registaram “17 sismos neste setor”, ao passo que, na zona fissural de Manadas, no setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, se registaram 27.854, acrescentou.
Na Ponta dos Rosais, a série de eventos existente é “muito pequena”, pelo que não se conseguem ainda tirar conclusões sobre os abalos, nem sobre a ligação entre estes e os da zona de Manadas, indicou o responsável do CIVISA.
A profundidade dos sismos tem-se mantido “constante, entre os 7,5 e os 12 quilómetros de profundidade”.
Quanto aos sismos dos Rosais, “têm, quase todos, profundidades mais superficiais, inferiores a cinco quilómetros”, referiu.
Desde que, na quarta-feira, se registaram, pela primeira vez, dois abalos vulcanotectónicos, sugestivos de “movimentação de fluidos em profundidade”, não voltaram a registar-se este tipo de “sismos híbridos”, acrescentou.
No ‘briefing’, o diretor de serviços em representação do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA), Luís Moniz, recomendou à população “manter a calma, sem descurar a vigilância”.
Sobre a possibilidade de as pessoas retomarem as suas vidas normais, o responsável notou que “não existem restrições impostas às populações”.
Os mais recentes dados oficiais indicam que cerca de 2.500 pessoas saíram do concelho das Velas, centro da crise sísmica, das quais 1.500 foram para outras ilhas dos Açores, e as restantes para o concelho vizinho da Calheta, considerado mais seguro pelos especialistas.
“Em questões de Proteção Civil, a população tem de ser responsável, adotar medidas de autoproteção, manter a vigilância e fazer a vida normal, dentro da anormalidade que a situação impõe”, afirmou Luís Moniz.
Rui Costa, comandante do destacamento avançado do COA – Comando Operacional dos Açores, explicou que, estando concluído o trabalho de reconhecimento de portos e portinhos da ilha, os dados vão ser analisados “para um possível plano de evacuação”, em caso de necessidade.
O responsável explicou que estão a ser preparados “diferentes cenários”, que não vão ser divulgados e que serão alvo de decisão quando, e se, algum abalo mais forte ou uma erupção vulcânica ditar a retirada da população.
“Foi feito o levantamento de todas as possibilidades”, frisou.
Desde o início da crise sísmica, em 19 de março, o sismo de maior magnitude (3,8 na escala de Richter) ocorreu no dia 29 de março, às 21:56.
A ilha mantém o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa “estado de repouso” e V6 “erupção em curso”.