Num comunicado hoje tornado público pelos londrinos, o milionário de 55 anos confirma a decisão “de vender o clube, por acreditar ser nos melhores interesses de clube, adeptos, funcionários, patrocinadores e parceiros”.
Abramovich, de 55 anos, é dono do Chelsea desde 2003 e garante que este processo de venda “seguirá o processo devido e não será acelerado”, e não vai exigir o pagamento de “quaisquer empréstimos”, ou seja, dinheiro que colocou no clube.
“Nunca foi um negócio, nunca foi pelo dinheiro, mas antes por pura paixão pelo futebol e pelo clube. Instruí a minha equipa a criar uma fundação através da qual todos os lucros líquidos da venda serão doados”, explica Abramovich.
Segundo o ainda dono do Chelsea, este dinheiro será doado “a todas as vítimas da guerra na Ucrânia”.
A decisão, garante, foi “incrivelmente difícil de tomar”, mas espera “poder visitar Stamford Bridge uma última vez para dizer adeus”.
Em 26 de fevereiro, o empresário, que desde abril também tem a nacionalidade portuguesa, já tinha confiado a liderança do emblema inglês aos administradores da fundação de caridade do clube.
A posição surge ainda no meio de uma ‘barreira’ de sanções e críticas generalizadas por todo o mundo devido à ofensiva militar russa na Ucrânia.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
Lusa