Segundo o relatório da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), entre janeiro e julho foram registados 14.664 acidentes com vítimas, em Portugal continental, de que resultaram 185 vítimas mortais, 1.044 feridos graves e 16.973 feridos ligeiros.
Em comparação com o período homólogo do ano passado, o número de vítimas mortais baixou 14,4% (menos 31) e o de feridos subiu: mais 51 feridos graves (+5,1%) e mais 396 feridos leves (+2,4%). Os acidentes com vítimas aumentaram 2,6% (+373).
Segundo o documento, a comparação destes números com a média dos sete meses dos anteriores cinco anos (de 2016 a 2020) mostra que baixaram “todas as principais métricas”: os acidentes caíram 18,5%, as vítimas mortais 27,4%, os feridos graves 8,7% e os feridos menos graves baixaram 21,5%.
Segundo o relatório, o acidente mais frequente foi a colisão (53,6%), que esteve na origem de 37,8% das vítimas mortais registadas.
Os despistes, que representaram 34,8% do total de acidentes, foram responsáveis por 48,6% das vítimas mortais e 42,5% dos feridos graves.
O documento indica ainda que 71,4% do total de vítimas mortais eram condutores, 13% passageiros e 15,7% peões.
Mais de 70% dos acidentes envolveram veículos ligeiros de passageiros, segundo o relatório, que indica um aumento dos acidentes com ciclomotores e motociclos (+2,9%) e com velocípedes (+22,8%).
Nos primeiros sete meses do ano foram fiscalizados 65,2 milhões de veículos (presencialmente ou através meios de fiscalização automática).
Nestas fiscalizações, foram detetadas 648,2 mil infrações (menos 12,6%), mais de metade (58,1%) das quais referentes a excesso de velocidade.
O relatório da ANSR sublinha uma diminuição nalgumas tipologias de infrações, realçando a queda de 21,5% nas relativas ao excesso de velocidade e de 13,4% nas transgressões por consumo de álcool acima do limite legal. No sentido oposto, mais do que duplicaram (+102%) as infrações pela ausência de inspeção periódica obrigatória.
Já as infrações pelo não uso de sistemas de retenção para crianças subiu 55,2% e as relativas ao não uso de cinto de segurança subiram 29,9%.
A criminalidade rodoviária, medida em número total de detenções, aumentou 21,3% entre janeiro e julho deste ano relativamente ao período homólogo de 2020, atingindo mais de 13 mil condutores. Perto de metade das detenções (47,2%) deveu-se à falta de habilitação legal para conduzir, com um aumento de 46,8% destes casos.
Mais de 270 mil condutores perderam pontos na carta de condução. Desde a entrada em vigor do sistema de carta por pontos até final de julho, foi cassada a carta de condução a 1.655 condutores.