Divulgados no âmbito da participação portuguesa na 92.ª edição da feira de calçado MICAM, estes dados do Gabinete de Apoio à Propriedade Industrial (GAPI) do Centro Tecnológico do Calçado traduzem a “prioridade na aposta nas marcas próprias” definida no plano estratégico setorial FOOTure 2020, segundo a Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS),
“Só este ano – destaca a APICCAPS – serão investidos pelo setor três milhões de euros na aposta nas marcas próprias”.
Conforme se lê no FOOTure 2020, “apesar do ganho de imagem conseguido pelo calçado português, a realidade do ‘cluster’ nesta matéria é ainda muito variada”.
Neste sentido, sustenta, “importa mobilizar as competências que têm sido utilizadas para construir a imagem coletiva em favor das empresas”, devendo “ser auxiliadas no desenvolvimento de campanhas de imagem e planos de comunicação personalizados, na contratação de agências de comunicação, na participação em ‘showrooms’ no exterior, etc”.
Defendendo um acompanhamento das empresas portuguesas de calçado com vista à “melhoria da sua imagem interna, que é determinante na relação com os compradores que as visitam”, o plano defende que, “nalguns casos, a criação de marcas próprias será o culminar destas ações”.
Segundo a APICCAPS, desde o ano passado “mais de 100 empresas da fileira do calçado já recorreram a apoios em matéria de ‘Valorização da Oferta’”, um projeto promovido pela associação, com o apoio do programa Compete 2020.
“A APICCAPS tem desenvolvido, ao longo dos últimos anos, uma intensa atividade no apoio à internacionalização das empresas portuguesas de calçado, em especial no que diz respeito à participação em feiras e exposições internacionais e, mais recentemente, à campanha de promoção da imagem ‘Portuguese Shoes’”, salienta a associação.
Desde o início de 2015, as empresas beneficiam, através da APICCAPS, de apoio à promoção das marcas próprias e, mais recentemente, também para a realização de campanhas de ‘marketing’ digital, no âmbito da campanha de comunicação em curso.
Comparticipados pelo programa Compete 2020, estes apoios estão previstos em várias áreas, desde a realização de diagnósticos estratégicos das empresas ou planos de comunicação, à aposta em publicidade, contratação de assessorias de comunicação em vários mercados (Alemanha, Espanha, França, Holanda, Reino Unido, Itália e EUA) ou produção de catálogos (inclui a conceção, a edição gráfica e a publicação de catálogos das coleções de empresas do setor, que poderão ser utilizados por estas na comunicação com os seus clientes, em particular como suporte à participação em feiras internacionais).
Conforme explica a associação, estes apoios “estendem-se à conceção e registo de marcas e patentes, bem como a produção e criação de conteúdos fotográficos e multimédia considerados indispensáveis para a promoção de proximidade, quer com o público profissional, quer com os consumidores finais”.
Nesta tipologia contempla-se a contratação de fotógrafos, ‘stylists’, cabeleireiros, maquilhadores, manequins profissionais, equipas de vídeo, entre outros, “capazes de criar conteúdos multimédia de grande impacto, passíveis de utilização nos diversos suportes de comunicação utilizados pela marca”.
No universo digital, para além de apoios à realização de campanhas de ‘marketing’ digital, acrescem os investimentos elegíveis em matéria de criação de ‘sites’ ou lojas ‘online’.