Uma grande quantidade de cinza resultante dos incêndios que afetaram a ilha da Madeira em agosto está, de forma compacta, à deriva no mar ao largo da Calheta, informou a autoridade marítima regional.
Uma grande mancha negra foi avistada hoje ao largo da Calheta, vindo a constatar-se que se trata de "um compacto de cinza e matéria orgânica provocada pelos incêndios ocorridos em agosto, não representando qualquer contaminação ambiental", acrescentou.
O comandante da Zona Marítima da Madeira, Pedro Félix Marques, disse à agência Lusa que "trata-se de cinza, matéria orgânica, madeira queimada dos incêndios verificados em agosto", que foi parar ao mar, levada pelas chuvas do passado fim de semana.
Félix Marques adiantou que aquele material formou "uma grande mancha escura, mas está confirmado no local, que é cinza em suspensão que não representa qualquer contaminação ambiental".
O comandante salientou que "toda a costa sul da Madeira está com esta matéria que veio ter ao mar" depois das chuvas do passado fim de semana.
"Agora o mar encarrega-se de dissipar a mancha. A cinza vai afundar-se, dissolver-se, espalhar-se, num processo natural", explicou o responsável.
Félix Marques concluiu que logo que foi dado o alerta pelos bombeiros da Calheta, na zona oeste da ilha da Madeira, fez deslocar para o local uma embarcação da Polícia Marítima que verificou a situação e recolheu uma amostra para confirmar a composição da mancha.
O concelho da Calheta foi um dos afetados pelos incêndios que ocorreram na Madeira na segunda semana do passado mês de agosto.
Os incêndios registados também nas áreas dos municípios do Funchal, Ponta do Sol e Santa Cruz provocaram três mortos, centenas de desalojados, danificaram 233 habitações e provocaram prejuízos avaliados pelo Governo da Madeira na ordem dos 157 milhões de euros.