De acordo com os dados disponibilizados pelo Sesaram, na área dos cuidados de saúde hospitalares, a paralisação foi de 27,27% no turno da manhã, sendo de 23,47% a percentagem apurada nos cuidados primários (centros de saúde).
No que diz respeito ao turno da tarde, os números foram ligeiramente superiores, atingindo 28,95% na área hospitalar e 27,45% nos cuidados de saúde primários.
O Sesaram ainda salienta que “todas as situações urgentes estão a ser atendidas e os serviços mínimos estão a ser salvaguardados”.
A representante do SIM, Lídia Ferreira anunciou que a adesão à greve na região rondou entre os 60% e os 65%, tendo a paralisação afetado de forma diversa “várias especialidades” das consultas externas.
Lídia Ferreira argumentou que o apuramento dos dados deste tipo de greve dos médicos é “extremamente difícil”, defendendo que esta forma de luta não deve restringir-se apenas “à leitura de números”, porque é preciso levar em conta diversas condicionantes.
A médica apontou que apenas foram programadas cirurgias para três das salas do bloco operatório, tendo num dos casos sido feita uma intervenção de emergência e outra por um médico prestador de serviços.
“A mensagem que se pretende passar com a greve não é só a leitura de números, serve, sobretudo, para chamar a atenção, para que suscite a discussão dos problemas”, reforçou, salientando “a falta de médicos, a necessidade de ser revista as condições em que exercem a profissão e a falta de dignificação” da classe.
Outros aspetos que criticou foram o problema está relacionado com médicos de recurso, uma situação que “deixou de ser pontual para ser permanente” e “todas as medidas avulsas” do Serviço Nacional de Saúde, “algumas considerando, por contenção financeira, ações altamente dispendiosas” a prestação de cuidados.
O SIM tem na Madeira 177 sócios.
A greve dos médicos decorre em todo o território nacional e é apoiada por duas estruturas sindicais, sendo a de hoje convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a de 03 de julho pela Federação Nacional dos Médicos.
A greve dos médicos iniciou-se às 00:00 de terça-feira e termina às 24:00 de quarta-feira. A paralisação dos enfermeiros decorre entre as 08:00 de terça e as 24:00 de sexta.
O Sesaram emitiu no domingo um alerta aos utentes, indicando que a greve dos médicos, marcada para os dias 02 e 03 de julho, poderá "condicionar a atividade clínica", embora estejam salvaguardados os serviços mínimos.
O Sesaram já tinha indicado, por outro lado, que a greve dos enfermeiros, que decorrerá de 02 a 05 de julho, não se aplica na Região Autónoma da Madeira.
C/Lusa