Jorge Carvalho, que reuniu ontem, em Lisboa, com o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, referiu que esta estimativa corresponde "aos números apurados até setembro e desde quase três anos a esta parte".
"O fluxo tem sido contínuo ao longo dos vários anos, mas não se perspetiva que tenhamos aqui um fluxo muito significativo num determinando momento", referiu.
A Venezuela está mergulhada numa grave crise política, económica e social desde 2015, depois da descida de 10 dólares nos preços do barril de petróleo, o que teve um impacto muito grande na balança comercial da Venezuela, com uma acentuada perda de receitas de exportação.
O abastecimento de bens essenciais começou a ser afetado e a inflação atingiu os 180% em 2015.
Em 2017, a situação agravou-se, com o anúncio de uma Assembleia Constituinte para reformar a Constituição, o que foi interpretado pela oposição como um golpe de Estado e como uma forma de Maduro conseguir perpetuar-se no poder.
Uma onda de protestos e violência assolou em particular Caracas, a capital da Venezuela, com a organização não-governamental Foro Penal Venezuelano (FPV) a estimar que mais de uma centena de pessoas foram mortas e um número superior a dois milhares de feridos durante as manifestações, enquanto mais de 5.000 outras foram presas.
Na Venezuela, 87% da população é pobre e 61% vive em pobreza extrema, segundo dados das organização não-governamental Coligação de Organizações pelo Direito à Saúde e à Vida (Codevida).
O presidente da Codevida, Francisco Valência, alertou que 55% das crianças venezuelanas, com menos de cinco anos de idade, padece de subnutrição.