"A nação que representamos foi escolhida por nós. Escolhemos Portugal porque tenho quatro avós portugueses e todo o grupo (de alunos) está encantado com a cultura portuguesa e queremos divulgá-la", explicou à Lusa um dos organizadores do stand de Portugal, no âmbito da exposição "XX Modelo de Representações Diplomáticas e Comerciais".
Andrés Pereira teve a missão de falar aos visitantes sobre a cultura portuguesa, descrevendo os trajes típicos, os símbolos nacionais, os animais, a gastronomia ou os azulejos.
"Também sobre os nossos escritores mais importantes como o grande Luís de Camões, Fernando Pessoa, José Saramago, a nossa rainha do fado, Amália Rodríguez", explicou o lusodescendente, precisando que contaram com o apoio do Instituto Português de Cultura, da Câmara de Comércio Portuguesa e Venezuelana de Los Altos Mirandinos e da Embaixada de Portugal.
Em declarações à Lusa, Andrés Pereira explicou que percebe que "os jovens lusodescendentes estão um pouco desligados da sua cultura" e que gostava que "estivessem mais ligados, ativamente, à sua cultura, em atividades culturais, que estivessem mais com Portugal".
Por outro lado, a luso-venezuelana Gabriela de Ponte explicou que escolheu Portugal, porque "como é sabido, aqui na Venezuela há muitas raízes portuguesas, há muitos portugueses que decidiram emigrar para cá em distintas ocasiões".
"É uma cultura que tem muita presença aqui, que é muito aceite", disse, sublinhando que "os portugueses são pessoas muito respeitadoras e trabalhadoras que vieram ajudar este país, trabalhar por nós, os venezuelanos", comentou.
Explicou que durante quase três meses investigou sobre a geografia, exportações, comércios e organizações internacionais nas quais Portugal participa.
A estudante também confessa que se sente atraída pelas praias portuguesas, entre elas as do Algarve "que são tidas como o Santorini português".
"Estamos muito orgulhosos do trabalho realizado e de estar aqui a representar Portugal", frisou, sublinhando que é um país atrativo para conhecer e que "é um dos países que mais avançaram na Agenda 2030" da ONU, alcançando 52% da meta.
Entre os avanços, destacou a educação de qualidade, o número de crianças escolarizadas, o tratamento e distribuição de água, as infraestruturas, os transportes e projeto agrícolas, como um que está a ser replicado no Brasil – "Da quinta à mesa" -, para "diminuir as desigualdades e erradicar a pobreza".
Betania Zambrano, descendente de italianos, sentiu-se também honrada por representar Portugal, "uma bela República, tão rica em cultura". Diz-se impressionada pela forma como os portugueses diversificaram e levaram a sua cultura a todas as partes do mundo e explicou que há palavras portuguesas noutros idiomas, entre elas o ‘obrigado’, que em japonês é ‘arigato’.
Falou da "economia diversificada", de como o vinho português tem grande importância mundial e quer conhecer a Madeira, o Porto e Lisboa, regiões que apenas tem visto em fotografias.
Também abordou o sistema político português, os partidos políticos mais importantes, e referiu que a política externa portuguesa tem três eixos: o europeu, o transatlântico, que inclui o Brasil e os Estados Unidos, e o africano, que abrange os países de língua oficial portuguesa.
A venezuelana Isabella Caruso teve "uma experiência bastante grata" ao ter que conhecer, para poder explicar, a "história muito linda, bastante extensa e de descobertas" de Portugal.
Na sua opinião, a cultura portuguesa é "reconhecida" na Venezuela, mas poderia ser um pouco mais divulgada, porque quando estudou, descobriu "muitas coisas lindas, da cultura, gastronomia e história".
"Gosto muito do tema das relações entre países, sejam culturais, económicas ou sociológicas. O meu curso é muito completo e por isso hoje estamos a conhecer Portugal e outros países", frisou.
"Estou muito orgulhosa de ter falado sobre eles (os portugueses) e muito satisfeita porque vários lusodescendentes se aproximaram e me disseram sentir-se honrados e que tinha sido muito assertiva no que falei", disse, emocionada.
A exposição teve a assessoria académica de Luís Martinez da Rocha, um lusodescendente que viveu em Braga, o que lhe permitiu conhecer um pouco da cultura portuguesa.
"Ajudei a equipa a melhorar os seus conhecimentos políticos, académicos, culturais (…) o meu avô é português e levo Portugal sempre no meu coração. Estou muito orgulhoso de representar Portugal", disse.