A competição realiza-se entre 17 e 25 de junho em Berlim, Alemanha, mas a comitiva lusa, composta por 56 pessoas, parte dias antes para um programa social em Rotemburgo, informou o presidente do Special Olympics Portugal, António Marques, que hoje apresentou a delegação portuguesa na sede do Comité Olímpico de Portugal (COP), em Lisboa.
Segundo António Marques, esta é uma das maiores comitivas de sempre do movimento Special Olympics Portugal e os desportistas portugueses competem nas modalidades de atletismo, basquetebol, equitação, futsal, ginástica rítmica, golfe, natação e ténis de mesa.
“Isto resulta da aposta forte dos Special Olympics, que é o incremento da prática desportiva para todos como instrumento de valorização, de inclusão social para pessoas com deficiência intelectual”, salientou o presidente do movimento em Portugal.
De acordo com António Marques, trata-se de uma “delegação alargada” e os jovens, escolhidos com base na observação dos eventos em que foram participando, “vão ter uma experiência única” que considerou “muito enriquecedora” do ponto de vista da socialização.
Embora tenha realçado que o objetivo não é ir à procura de medalhas, que costumam trazer para casa, António Marques frisou que o mais importante é “participar num evento considerado o maior encontro mundial de desporto para pessoas com deficiência, uma referência”.
“Nós não vamos à procura de medalhas. Certamente que ganharão medalhas, mas vão ganhar certamente uma experiência única em termos da sua autoestima, da sua capacidade de irem mais longe, de superarem as suas próprias deficiências, conseguindo melhorar tempos, melhorar resultados”, enfatizou o presidente do Special Olympics Portugal.
No evento, que a organização, segundo António Marques, conta ter uma assistência de cerca de meio milhão de pessoas, estão inscritos sete mil atletas de 190 países, em 26 modalidades.
António Marques acentuou que quem participa “vai ganhar muito em termos de sociabilidade”, ao estar em contacto com atletas de tantas nacionalidades.
O responsável referiu existir a preocupação de proporcionar a experiência a diferentes jovens e em evitar não levar sempre os mesmos, que também não são necessariamente os melhores nas suas disciplinas, mas os que costumam participar em eventos desportivos com as suas instituições.
Os 39 atletas encontram-se num estágio de três dias e António Marques transmitiu que “estão eufóricos” pelo convívio com pessoas com quem não convivem diariamente, além de muitos nunca terem andado de avião ou estado tanto tempo fora de casa como vai acontecer quando partirem para a Alemanha.
“A vertente da sociabilização é mesmo muito importante, também para a sua autonomia e autoestima, além de ser uma forma de superação”, vincou o presidente do Special Olympics Portugal.
O movimento Special Olympics existe desde 1968 (desde 2001 em solo luso) e Portugal participou nos Jogos Mundiais Dublin2003, Shangai2007, Atenas2011, Los Angeles2015 e Abu Dhabi2019.
As provas são organizadas numa lógica de integração e de competição entre iguais, o que significa que é implementado o ‘divisioning’, com os atletas inscritos em séries com tempos semelhantes.
Se alguém terminar com um tempo superior em 10% àquele com que foi inscrito, é desclassificado, porque devia estar incluído em outro nível.
Em 2019, Portugal participou no Mundial com 31 atletas em nove modalidades e, devido à pandemia provocada pela covid-19, o Europeu de 2021 foi cancelado.
Lusa