“É um novo agravamento da situação. O alargamento da NATO é um atentado à nossa segurança e aos nossos interesses nacionais”, afirmou o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, em declarações aos jornalistas.
“Isso obriga-nos a tomar contramedidas”, acrescentou Peskov, sem adiantar pormenores.
A adesão oficial da Finlândia à NATO, que se torna o 31.º Estado membro da organização, ocorre hoje em Bruxelas numa reunião dos chefes da diplomacia da Aliança Atlântica, entre eles o ministro português João Gomes Cravinho, em que será, paralelamente, discutido o apoio conjunto à Ucrânia.
Na segunda-feira, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, indicou que os Estados-membros vão discutir no encontro maneiras de fazer com que no futuro a Ucrânia seja um país mais autónomo na Defesa, agora que houve “uma transição” do armamento utilizado, numa referência ao material bélico enviado pelo Ocidente, que substituiu o do tempo da União Soviética.
No mesmo dia, Stoltenberg considerou que a nova adesão vai ser “um bom dia” para a aliança, uma vez que a Finlândia vai ‘fechar’ um dos flancos da Rússia, com quem partilha uma longa fronteira.
A Finlândia é um país que tem 1.340 quilómetros de linha de fronteira com a Rússia. Reúne um dos mais poderosos arsenais de peças de artilharia da Europa Ocidental.
Ao juntar-se à Aliança Atlântica em resposta à invasão russa na Ucrânia, a Finlândia deixa para trás a sua neutralidade militar.
Ao contrário da maioria dos países, Helsínquia continuou a investir na Defesa depois do período da Guerra Fria (1947 a 1991) e Stoltenberg fez questão de referir tal facto, repetindo que o Kremlin “queria menos NATO, mas vai ter, precisamente, o oposto”.
Ainda a aguardar a entrada na NATO fica a Suécia, que pediu formalmente a adesão em simultâneo com a Finlândia, processo que se mantém pendente da ratificação parlamentar pela Turquia e Hungria.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).