“A operação chegará até 185 mil crianças, até o final deste ano, mas o plano será ampliado progressivamente até 1,5 milhões de crianças nas escolas das zonas mais afetadas pela falta de alimentos, até o final do ano letivo 2022-2023”, explica-se num comunicado do Governo do Presidente, Nicolás Maduro.
No documento explica-se que o “orçamento anual previsto é de 190 milhões de dólares [157,75 milhões de euros], que fazem parte do Plano de Resposta Humanitária da ONU para a Venezuela”.
Segundo o diretor executivo do PMA, David Beasley, vão ser “fornecidas refeições escolares nutritivas para meninos e meninas, especialmente em escolas de educação pré-escolar e de educação especial” e vão ser ainda realizados investimentos “na reabilitação de cantinas escolares e para treinar os trabalhadores escolares em práticas para garantir o acesso aos alimentos”.
“As crianças e as escolas estarão no centro de nossa operação. Acreditamos que a escola é a plataforma mais apropriada para que o PMA chegue às comunidades de maneira independente", acrescenta-se.
David Beasley informou ainda que o PMA “conta com o apoio da comunidade de doadores internacionais para apoiar a operação na Venezuela”, sublinhando que as operações daquela agência da ONU, em todo o mundo “são guiadas pelos princípios humanitários de humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência operacional”.
“Agradecemos o grande apoio que recebemos de todas as partes que estiveram de acordo com estes princípios”, concluiu.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, em 2020, pelo menos 9,3 milhões de venezuelanos (um terço da população) sofre de insegurança alimentar.
Dados recentes de uma Avaliação de Segurança Alimentar do PMA dão conta que 2,3 milhões de venezuelanos (8% da população) sofrem de insegurança alimentar severa.
A capacidade de importação do país deteriorou-se com a contínua desvalorização do bolívar perante o dólar norte-americano, a queda das reversas internacionais, a diminuição das receitas petrolíferas e a imposição de sanções internacionais desde agosto de 2017.