O também ex-embaixador da Venezuela na ONU, Rafael Ramírez, está a ser investigado por alegada corrupção e ligações a um banco de Andorra por suspeita, segundo o Governo venezuelano, de colocar em risco a solvência da PDVSA.
"Sem choradeira (Rafael) Ramírez. Nós, nos próximos dias, vamos solicitar uma ordem de detenção com o correspondente alerta vermelho [da Interpol] contra a sua pessoa, pelos delitos de peculato doloso, legitimação de capitais e associação criminosa, disse Tarek William Saab na televisão estatal venezuelana.
Segundo o procurador, Ramírez "é apontado, inclusive pela opinião pública" venezuelana, "como um dos principais desfalcadores e responsáveis pela falência" da Pdvsa.
Em 2017, o Ministério Público (MP) venezuelano acusou Rafael Ramírez e o seu primo, Diego Salazar, de branqueamento de capitais e tráfico de influências com fins de corrupção, na PDVSA, e na entrega de divisas (em dólares) a preços preferenciais através da Comissão de Administração de Divisas (Cadivi) e do Centro Nacional de Comércio Exterior (Cencoex).
Em 2017, mais de 70 altos funcionários da PDVSA foram detidos pelas autoridades venezuelanas e acusados de "corrupção e sabotagem contra a indústria petrolífera estatal".
Em dezembro último, o PGR anunciou que cerca de 200 empresas estão a ser investigadas por corrupção no acesso a divisas, a preços preferenciais, para importações, crime pelo qual já tinham sido detidos 21 empresários.
A Procuradoria adiantou que estão ainda em curso investigações contra quatro pessoas, pela alegada vinculação aos chamados "Panama Papers", entre os quais o ex-secretário e a ex-tesoureira do falecido Presidente Hugo Chávez (que dirigiu o país entre 1999 e 2013), Adrián Velásquez e Claudia Patricia Díaz, respetivamente.
Devido aos "Panama Papers" está também a ser investigado Eudomário Carruyo, que foi diretor das empresas Palmaven, Deltaven, Pdvsa Marina e Citgo, filiais da estatal PDVSA.
Segundo o MP, 18 dos detidos estão relacionados com uma empresa, com negócios com a PDVSA, que terá provocado um dano patrimonial à Venezuela de 4.033 milhões de euros.
As investigações permitiram detetar que foram feitas modificações aos preços de produtos petrolíferos, o que ocasionou que "a PDVSA perdesse receitas e as empresas estrangeiras obtivessem benefícios", fazendo "supor" que havia "pagamento de comissão por essas descidas de preços", afirma o MP.
LUSA