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Imagem de Venezuela: Mercaditos de rua como opção para comprar mais barato
Sociedade 09 fev, 2019, 16:58

Venezuela: Mercaditos de rua como opção para comprar mais barato

Na mercearia do senhor José, lusodescendente, filho de um português de Câmara de Lobos, na Madeira, o negócio não parece estar mal, porque há sempre gente a entrar e sair. Vende de tudo. Mas nem tudo existe. Atum, arroz, milho, não se vê. "Sim, há muitas coisas que não tenho à venda porque não existe no mercado, mas o que existe, vende-se aqui".

Os mercaditos de rua aos fins de semana são opção de compra de produtos mais baratos em Caracas, mesmo assim têm pouca gente, e os clientes que aparecem compram pouco, porque o dinheiro não chega.

No mercadito da Plaza la Campiña, na zona centro-leste de Caracas, estão instaladas várias bancas de legumes, frutas, queijos e ovos, peixe, carne, mas são poucos os clientes.

Na banca dos queijos, a vendedora queixa-se da crise que afeta o País e que se reflete nas suas vendas. "Menos, muito menos gente do que era habitual. E as pessoas que aparecem compram pouco. Antigamente compravam um quilo de queijo, agora, no máximo um quarto…"

Os preços, com a hiperinflação, são galopantes, "praticamente todos os dias sobem".

Um cliente especial, mais abastado, compra um ‘cartão’ de ovos (três dezenas) e dois quilos e meio de queijo branco. São 113 mil bolívares. Feitas as contas, são cerca de oito salários mínimos.

Na banca do peixe, o vendedor prefere não falar da crise, diz que está tudo na mesma, que continua a ter muitos clientes. É normal. Muitas pessoas preferem não tomar posições em espaços públicos com muita gente à volta que pode estar a ouvir.

Vende quilo e meio de corvina, em filetes, explica que dá para fazer uma refeição para seis pessoas, são 24 mil bolívares.

Na mercearia do senhor José, lusodescendente, filho de um português de Câmara de Lobos, na Madeira, o negócio não parece estar mal, porque há sempre gente a entrar e sair. Vende de tudo. Mas nem tudo existe. Atum, arroz, milho, não se vê. "Sim, há muitas coisas que não tenho à venda porque não existe no mercado, mas o que existe, vende-se aqui".

Quando questionado sobre a crise que se vive na Venezuela, José, olhando em volta para uma loja cheia de gente, diz em voz alta: "Crise? Qual crise? O Negócio está bem e o País também! Quem diz o contrário mente" e larga uma gargalhada…

José ironiza, que sempre viveu na Venezuela e que nunca passou fome, que a vida lhe corre bem. Na prateleira, ao nível da sua cara, estão garrafas de plástico de sangria a 15.900 bolívares, quase um salário mínimo…

Em relação aos preços dos produtos que vende, diz que é a loucura. "Tenho que mudá-los quase todos os dias".

Enquanto falamos entra um militar, José faz uma cara de quem foi surpreendido, oferece o limão solicitado ao jovem de farda, e faz um sorriso cúmplice.

Pacotes de "cassabitos" vão sendo vendidos, espécie de triângulos de ‘pizza’, mas em massa dura, feita de farinha de mandioca, que com algum recheio faz uma refeição e são baratos.

José despede-se com simpatia e com um comentário final, de preocupação: "Vamos ver como vai ser, vamos ver…"

A falta de produtos, que tem sido uma constante desde há vários anos na Venezuela, hoje pode não ser tão constante, mas as razões são graves: É que agora há muito menos dinheiro, há menos consumo.

Outra situação nova dos dias de hoje é que praticamente não se veem pagamentos em dinheiro. Não há moeda. Se só se podem levantar 2.000 bolívares por dia nos bancos, como é que se paga em moeda local um quilo de filetes de corvina?

No mercadito da Plaza Campiña, montou-se um sistema simples. Um só terminal de multibanco permite que se façam os pagamentos de todas as compras de todas as bancas. Cada cliente leva um papelinho com os valores, chega à senhora com o terminal de pagamentos na mão e paga a soma de tudo. Mas há também quem consiga um esquema mais engenhoso. Tem a conta bancária de cada um dos vendedores e faz transferência direta de conta para conta, fugindo assim aos limites impostos pelos bancos de gastos diários. Uns podem permitir 400 mil bolívares por dia, outros menos ainda.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceu Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já 40 mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.
LUSA

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