Segundo o Presidente da Venezuela, as últimas semanas, que foram de “quarentena radical” serviram para “deter o aumento que tinha a variante brasileira que tinha entrado com potência incrível, fazendo crescer os contágios".
Insistiu que os venezuelanos devem cuidar-se e que “na Venezuela a quarentena não é obrigatória”.
“Não há ‘toque de queda’ [estado de sítio]. É uma quarentena voluntária, consciente, que cada cidadão faz. Acredito que no país há cada vez mais consciência”, disse.
A Venezuela registou, segundo a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, 1.101 novos casos de pacientes com a Covid-19 nas últimas 24 horas, 1.062 por transmissão comunitária e 39 importados (15 da República Dominicana, 15 do México, 7 do Panamá e 2 da Espanha).
Caracas, com 247 novos pacientes, é a região do país que registou mais casos, seguindo-se os estados de Yaracuy (154), Falcón (113), Miranda (112), Arágua (97), Zúlia (73), Carabobo (50), La Guaira (46), Bolívar (36), Cojedes (35), Monágas (27), Nova Esparta (23), Trujillo (18), Lara (18), Mérida (5), Amazonas (4), Portuguesa (3) e Barinas (1).
Nas últimas 24 horas faleceram 19 pessoas, 10 delas no estado de Miranda, 4 em Anzoátegui, 1 em Nova Esparta, 1 em Zúlia, 1 em Lara, 1 em Cojedes e 1 em Guárico.
Na Venezuela estão oficialmente confirmados 174.887 casos de Covid-19. Há ainda 1.778 mortes associadas ao novo coronavírus, desde o início da pandemia.
O país recebeu meio milhão de doses de vacinas da farmacêutica estatal chinesa Sinopharm e 150 mil doses da vacina russa Sputnik V.
Há várias semanas que profissionais da saúde, ONGs e, mais recentemente, a Igreja Católica local apelam ao Governo venezuelano para comprar vacinas suficientes para imunizar a população perante o aumento de casos e mortes registadas desde março.
Segundo a imprensa local, a vacinação de cidadãos com mais de 60 anos começou na última quinta-feira através da plataforma Sistema Pátria, promovida pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo).
A Venezuela anunciou no sábado que adiantou 53,8 milhões de euros para comprar mais de 11 milhões de vacinas contra a Covid-19, através do Fundo de Acesso Global para Vacinas Covid-19 (Covax).
“Já pagámos o adiantamento do mecanismo COVAX e temos os recursos completos para atender este compromisso”, anunciou a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, durante uma conferência de imprensa transmitida pela televisão estatal venezuelana.
De acordo com a Academia de Medicina da Venezuela, o país necessita de 30 milhões de vacinas para 15 milhões de pessoas, 3,5 milhões das quais para pessoal prioritário.