Desde 2012, apenas a Síria, Líbia e Iémen, três países com prolongadas guerras, perderam mais lugares que a Venezuela nessa lista, onde se consideram dados como a esperança de vida, rendimento ‘per capita’ ou anos de escolaridade.
Enquanto a maioria dos Estados registou um progressivo aumento do seu IDH ao longo dos anos, o indicador recuou de forma significativa nesses quatro países e que suscitou preocupações na ONU.
“Isso é importante. O recuo do número quer dizer algo”, referiu em declarações aos jornalistas Selim Jahan, diretor do gabinete do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), responsável pelo relatório.
No caso venezuelano, o seu IDH alcançou em 2014 o seu máximo, com 0,778 sobre um parâmetro de 1, pouco após a chegada de Maduro ao poder em 2013.
No entanto, e desde então, o índice tem vindo a retroceder até se situar agora nos 0,761, num contexto de forte crise interna.
De acordo com o relatório, o principal fator é aqueda da renda ‘per capita’.
A queda do IDH implicou para a Venezuela um retrocesso de 16 lugares no ‘ranking’ mundial no período 2012-2017, ao situar-se em 78.º entre os 189 países incluídos no estudo.
As únicas quedas mais significativas são as da Síria (que cai 27 lugares), Líbia (que perdeu 26) e Iémen (que desceu 20).
Para a ONU, é provável que o impacto da crise venezuelana não se tenha refletido totalmente no seu IDH, que poderá continuar a retroceder nos próximos anos.
Apesar deste recuo, a Venezuela permanece nesta classificação à frente de países da região como o Brasil (um lugar atrás, em 79); Equador (86), Peru (89) ou Colômbia (90).
Na América Latina, os únicos Estados incluídos na categoria de desenvolvimento humano muito elevado são o Chile (44), Argentina (47) e Uruguai (55).
LUSA