Segundo o Consulado Geral da Venezuela no Funchal, o centro eleitoral na Região Autónoma da Madeira, tem 1.109 cidadãos venezuelanos inscritos para a eleição do Presidente da República daquele país "para o período 2018 – 2025" e dos deputados dos conselhos legislativos dos 23 estados.
"Espero que estas eleições tenham um resultado que diga ao mundo que na República Bolivariana da Venezuela se exerce a democracia de forma total e explícita", disse à agência Lusa David Andrés Vargas, venezuelano naturalizado português, que vive na freguesia da Camacha, na Madeira há 24 anos.
Para David Vargas, a informação internacional sobre a Venezuela "é desencadeada e manipulada por países como os Estados Unidos da América, que ainda querem recuperar aquilo que pensavam que era propriedades deles".
Já Hipólito Passos, nascido na Venezuela e filho de pais madeirenses, acredita que as eleições servirão para aclarar a situação política daquele país da América do Sul, "vítima de um bloqueio” criado “para tomarem conta, outra vez, do seu petróleo e das suas riquezas naturais".
Depois de votar, Hipólito Passos, que vive há 22 anos no Caniço, Madeira, diz que a "Venezuela é um país riquíssimo, com muitas oportunidades mas está sofrendo as consequências do bloqueio americano".
Jorge Gonçalves, nascido em São Gonçalo, mas que viveu 36 anos em Caracas, espera que "quem tiver mais votos, vá para a presidência".
"Quem se muda, Deus ajuda", afirma, "mas, às vezes, pode ser para pior", admite também.
Mais de 20,5 milhões de venezuelanos são chamados hoje às urnas para eleger o Presidente da República, que dirigirá a Venezuela até 2025.
Há quatro candidatos, entre os quais o atual Presidente Nicolás Maduro. Na lista figuram ainda Henri Falcón (dissidente do chavismo), o pastor evangélico Javier Bertucci e o engenheiro Reinaldo Quijada.
A aliança opositora Mesa de Unidade Democrática não apresentou qualquer candidato.
Nas mesmas eleições, os venezuelanos vão ainda eleger mais de 500 membros dos concelhos legislativos regionais dos 23 estados do país, com exceção do Distrito Capital, Caracas, onde não existe essa figura.
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, 20.526.978 de venezuelanos estão habilitados para votar. No estrangeiro estão recenseados 101.595 eleitores a maioria deles em países da Europa.
Foram instaladas 34.143 mesas eleitorais em 14 mil centros de votação da Venezuela, que abriram pelas 06:00 locais e irão encerrar pelas 18:00 locais (mais quatro horas e meia em Lisboa), permanecendo abertos os que tenham eleitores à espera para votar.
O candidato eleito, segundo o Conselho Nacional Eleitoral, tomará posse do cargo em janeiro de 2019, para um mandato de seis anos.
O parlamento venezuelano, em que a oposição é maioritária, classificou, terça-feira, as eleições presidenciais antecipadas de 20 de maio como sendo "uma fraude" e "um espúrio ato com a única intenção de aparentar legitimidade a um regime opressor enquanto o povo sofre a pior crise da sua história", instando os três candidatos que se opõem a Nicolás Maduro a não concorrerem.
C/ LUSA