“É declarado o estado de emergência em toda a jurisdição (…) como consequência das intensas e recorrentes chuvas por um período de 90 dias, que podem ser prorrogados por igual período”, de acordo com um decreto, publicado na terça-feira, pela presidente da Câmara Municipal de Manuel Esequiel Bruzual.
No decreto, Ingrid Cortez ordenou à direção municipal de Proteção Civil e Administração de Desastres que elabore “um Plano de Ação Específico para o retorno à normalidade das áreas afetadas pelas chuvas torrenciais”.
O decreto é ordenado ainda a adoção de medidas especiais em matéria de segurança dos cidadãos.
As autoridades locais indicaram que a subida do nível dos rios Unare, Guanapure e Guere originaram inundações, que causaram danos nas casas de quase 500 famílias.
Entretanto, utilizadores das redes sociais divulgaram imagens das inundações em várias zonas e pediram cuidado aos motoristas por a ponte que une Clarines à estrada para Caracas estar intransitável devido à altura da água.
A Lusa tentou, sem êxito, contactar vários portugueses residentes em Clarines, a 245 quilómetros a leste de Caracas.
O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, chegou na terça-feira à tarde, a Caracas, para uma visita de sete dias, durante os quais prevê estabelecer contactos com a comunidade luso-venezuelana.
Na sexta-feira, Paulo Cafôfo prevê deslocar-se à cidade de Barcelona, a 315 quilómetros a leste de Caracas, para um encontro com vários empresários.
A estrada que liga Caracas a Barcelona passa primeiro por Clarines.
Entretanto, as autoridades venezuelanas disseram que 43 pessoas morreram em Tejerías, incluindo dois portugueses, um homem e uma mulher.
O último balanço indicava 36 mortos em Tejerías, no estado de Arágua, a 70 quilómetros a sudoeste de Caracas, devido ao mau tempo registado, no sábado, na região, continuando as autoridades à procura de 56 pessoas dadas como desaparecidas.
O cônsul honorário de Portugal em Los Teques, Pedro Gonçalves, disse à Lusa que dois comerciantes portugueses foram arrastados pelas torrentes de água e de lama.
Por outro lado, explicou que, enquanto chovia, “os criminosos aproveitaram que a água ia entrando nos imóveis, para roubar".
"O rio arrastou uma loja de venda de pneus de um português, e há informação de que várias lojas de portugueses foram afetadas, entre elas, um talho, uma padaria, lojas de ferragens e de perfumaria”, indicou.
Lusa