Atualmente, os concelhos mais afetados no Algarve são os de Portimão, que “de forma destacada” apresenta uma taxa de incidência de 362 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, e Albufeira, com 241 casos por 100 mil habitantes no mesmo período, seguidos de Lagoa, Olhão e Faro.
Em Portimão, onde nas últimas semanas foram realizados mais de cinco mil testes no âmbito de uma operação de testagem em massa, o “grande número de casos” é justificado por um surto no setor da construção civil, que originou, até agora, 153 casos, e outro relacionado com uma padaria, com 62 casos confirmados, indicou.
Também o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve atribuiu à variante britânica a situação no Algarve, já que esta se traduz numa “taxa de ataque superior”, o que significa que “um caso primário dá origem a muitos casos secundários e terciários”.
“É, de certa maneira, quase como uma nova doença relativamente àquilo a que estávamos habituados nos meses anteriores. Ainda é difícil dizer se atinge faixas etárias mais novas, mas estamos a ver que temos doentes mais jovens”, notou Paulo Morgado, ressalvando, contudo, que há uma "tendência de regressão" dos contágios na região.
Questionada pelos jornalistas sobre a possibilidade de a variante britânica estar relacionada com uma maior incidência do vírus entre os mais jovens, face ao aumento dos contágios entre crianças, Ana Cristina Guerreiro admitiu que “não é fácil” estabelecer essa relação e que a variante “ainda está em estudo”.
“Temos essa intuição, parece-nos que sim, mas terão de ser os investigadores a confirmá-lo”, frisou, acrescentando que as autoridades de saúde pública enviam amostras para o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), que coordena o estudo de monitorização da disseminação do novo coronavírus.
Segundo aquela responsável, o índice de transmissibilidade (Rt) na região, apesar de se manter acima da média nacional , que é equivalente a 1,02, está a “desacelerar”, fixando-se atualmente em 1,05, depois de, nas últimas semanas, a região ter atingido um Rt de 1,19, ilustrou.
Já depois destas declarações, a Direção-Geral de Saúde atualizou os dados relativos ao Rt nacional, que subiu para 1,04.