O relatório, da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) e da Organização Mundial de Saúde (OMS), conclui que, em 2016, 35,4% dos adultos dos 27 países da União Europeia não eram suficientemente ativos segundo os critérios da OMS, que recomenda pelo menos 150 minutos de atividade física de intensidade moderada por semana.
De entre os 27 Estados-membros da UE, a Finlândia era o país mais bem colocado, com menos de 20% dos adultos a falharem a recomendação da OMS, enquanto Portugal estava no extremo oposto, com mais de 45% dos adultos a ficarem aquém do recomendado.
O relatório cita também dados do último Eurobarómetro, segundo os quais apenas quatro em 10 adultos (38%) na UE faziam exercício ou desporto pelo menos uma vez por semana em 2022, e só 6% o faziam cinco vezes por semana.
Além disso, quase metade (45%) dos adultos admitiam não fazer nunca exercício ou desporto, apesar de a atividade física ser uma das coisas mais importantes que se pode fazer para melhorar a saúde física e mental e o bem-estar, sublinham os autores do relatório.
O baixo nível de atividade física é também comum entre os adolescentes, em particular entre as raparigas, já que menos de um em cada cinco rapazes e menos de uma em cada 10 raparigas dizem respeitar a recomendação da OMS de pelo menos uma hora de atividade física moderada a vigorosa por dia.
Portugal, a par de Itália e França, estava entre os Estados-membros da UE com piores níveis de atividade física entre os adolescentes, ao contrário de países como a Eslováquia, a Eslovénia, os Países Baixos ou a Bulgária.
Embora a participação dos europeus em atividade física ou desportiva tenha melhorado pouco entre 2017 e 2022 – a média da UE melhorou de 44% to 53% – alguns países viram mesmo o nível de atividade física diminuir, nomeadamente Portugal.
Segundo o relatório, a pandemia de covid-19 piorou a situação para a maioria, apesar de alguns adultos terem aproveitado os confinamentos para fazerem mais exercício: Mais de metade dos europeus reduziram a sua atividade física e apenas 7% tencionam fazer mais exercício quando a pandemia terminar.
Os autores estimam no relatório que, se todas as pessoas respeitassem as orientações da OMS para a atividade física, seria possível prevenir mais de 10.000 mortes prematuras de pessoas entre os 30 e os 70 por ano e a esperança de vida aumentaria 7,5 meses para aqueles que são insuficientemente ativos.
Além disso, os Estados-membros da UE poderiam economizar anualmente 0,6% do seu orçamento para a saúde.